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Em defesa das gestantes que atuam nos frigoríficos

Entidades sindicais que representam trabalhadores e trabalhadoras dos frigoríficos têm atenção especial à saúde e segurança, em vista do alto grau de risco no setor – seja de acidentes, doenças ocupacionais ou biológicas.

Artur Bueno de Camargo

19 | 12 | 2025

Nossa grande luta para viabilizar uma norma regulamentadora específica do setor —a NR 36, que passou a vigorar em 2013— foi um avanço significativo. Anos depois, durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, foi necessária uma intensa luta para mantê-la, face aos ataques empresariais e governamentais.

Mais recentemente, mediante muita mobilização, conseguimos a aprovação pela Comissão do Trabalho na Câmara Federal do PL (Projeto de Lei) 3.320/2023. A norma estabelece a redução da jornada de trabalho no setor frigorífico, de 44 horas semanais para 40 horas, sem redução de salário. Foi uma batalha importante, dada a grande resistência daqueles a serviço do Capital.

Mas há uma demanda que precisa ser priorizada. Trata-se de proteger vidas que estão sendo geradas pelas mulheres nas linhas de produção dos frigoríficos, e que precisam desta proteção para evitar o risco de aborto.

Urge garantir que as mulheres grávidas sejam amparadas durante sua gestação, seja nas atividades em temperaturas de 12 °C ou menos, nas atividades que exigem esforço físico repetitivo, ou em locais sujeitos a vazamentos de gás de amônia. Além disso, nas atividades onde ficam expostas a altos níveis de ruídos, umidade e em outras que apresentam risco de contaminação por agentes biológicos.

Londrina

Visando a proteção das mulheres grávidas que atuam em frigoríficos, a CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins) reuniu-se no último sábado (13) com a Ministra das Mulheres, Marcia Lopes, na Câmara Municipal de Londrina-PR. A ministra veio ao município paranaense para um debate sobre a violência contra as mulheres.

Durante o encontro, o médico Roberto Ruiz apresentou à representante do Governo Federal uma proposta de atenção à saúde das trabalhadoras gestantes dos frigoríficos. Da parte dela, pudemos perceber muita sensibilidade diante dos argumentos oferecidos.

Ainda em Londrina, aproveitamos para participar do debate sobre a violência contra as mulheres, que lotou o plenário da Câmara local. Após uma brilhante palestra da ministra, foram apresentadas várias propostas sobre este tema, além de muitos depoimentos de mulheres que sofreram violência.

Esta luta precisa contar com todo o apoio da sociedade. Chega de violência!

Foto: CNTA