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Cobrar é importante, mas agir é mais ainda!

A redução da jornada de trabalho sem redução de salário, com o fim da escala 6X1, se tornou uma pauta importante da classe trabalhadora.

Artur Bueno de Camargo – CNTA

13 | 11 | 2025


Foto: Reprodução

Não podemos esquecer que a redução da jornada é uma bandeira antiga do movimento sindical e que, dentro de segmentos, grandes conquistas aconteceram. Porém, para uma discussão mais horizontal e ampla, esse é o momento oportuno. Muita gente concorda com isso, mas são poucos os ativos.

É preciso intensificar esse debate, visto que é mais do que justo que a classe trabalhadora reivindique sua parte na riqueza acumulada pelos detentores do capital.

Afinal, a última redução da jornada de trabalho aconteceu em 1988, quando a Constituição Federal estipulou que a jornada passaria de 48 para 44 horas semanais. Lá se vão 40 anos da redemocratização.

O Presidente Lula já sinalizou ser favorável ao tema; nomeou o deputado federal Guilherme Boulos para ministro do governo, com a tarefa de fomentar a discussão e viabilização do intento.

Sabemos que existem vários projetos no Congresso Nacional sobre o assunto, mas penso que nós, do movimento sindical, deveríamos concentrar esforços para unificá-los em uma proposta única – afinal, o objetivo básico está na redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial, e, em um prazo de quatro anos, reduzir uma hora por ano até atingir 36 horas semanais, também sem redução de salário, com o fim da jornada 6×1.

Sabemos que temos um Congresso Nacional composto, em sua maioria, por defensores do capitalismo – mas temos ao nosso favor as eleições majoritárias de 2026.

Uma pauta popular

A redução da jornada é uma pauta popular, porém precisamos trabalhar melhor a conscientização da sociedade sobre o tema. É interessante que as entidades se posicionem nas redes sociais e dialoguem com seus públicos, mas não devemos esquecer que ações mais diretas são fundamentais.

Penso que precisamos de uma campanha mais efetiva. Já estão acontecendo algumas manifestações populares e institucionais, mas ainda muito aquém de uma mobilização que faça com que possamos quebrar a resistência daqueles que são contra. Precisamos criar uma onda real, com os trabalhadores de mãos dadas e envolvidas nessa conquista!

Já ocorreram algumas audiências públicas no Congresso Nacional e foram importantes, mas, além destas, precisamos fazer movimentos nos Estados e Municípios. Podemos organizar, juntos, audiências públicas também nas Assembleias Legislativas e, principalmente, nas Câmaras de Vereadores, nos municípios, onde o sindicato tem base territorial.

Em Limeira, SP, por exemplo, a União Sindical dos Trabalhadores de Limeira (USTL )provocou e vai acontecer uma Audiência Pública sobre o tema. Será no próximo dia 28, na Câmara Municipal, a partir das 18h.

Tomara que a iniciativa motive entidades em outros municípios, para provocarmos essa onda positiva para a classe trabalhadora brasileira!

Vamos juntos nessa luta para conquistar mais este direito!