Sem avanços nem diálogo na negociação devido à intransigência patronal
A empresa Las Acacias, pertencente ao grupo brasileiro M. Dias Branco, mantém-se intransigente diante das legítimas reivindicações de suas trabalhadoras e trabalhadores.
Amalia Antúnez
3 | 9 | 2025

Foto: Sindicato dos Trabalhadores de Las Acacias
Às denúncias anteriores de maus-tratos, ameaças e assédio apresentadas pela organização sindical, soma-se agora a total ausência de espaços de diálogo, fundamentais para o avanço da negociação coletiva no âmbito tripartite dos Conselhos de Salários.
Alejandro Sauco, delegado do Sindicato dos Trabalhadores de Las Acacias, informou à La Rel que a reunião prevista para o dia 4 de setembro foi suspensa unilateralmente pela patronal.
“Estamos com o diálogo interrompido, avaliando as medidas sindicais que tomaremos caso a empresa mantenha essa postura”, advertiu.
Segundo o dirigente, a relação com a gerência local tem se tornado cada vez mais tensa, o que ele atribui a uma denúncia de assédio moral recentemente apresentada ao Ministério do Trabalho.
“Quando fizemos a denúncia, soubemos que, em 2008, a empresa já havia sido multada por práticas semelhantes, protagonizadas pelas mesmas pessoas que hoje voltam a ser denunciadas”, afirmou.
A esse cenário soma-se uma dívida antiga relacionada ao cálculo incorreto das férias, uma irregularidade que o sindicato já levou à mesa de negociação, sem obter respostas favoráveis.
“Sobre esse ponto, nos deparamos com a mesma teimosia. A resposta da gerência foi: ‘Sempre foi calculado e pago assim’. Não importa que isso esteja à margem da legislação trabalhista”, destacou Sauco.
Diante da falta de vontade de diálogo por parte da empresa, o sindicato analisa novos caminhos de luta para defender os direitos conquistados. Enquanto isso, mantém-se em estado de alerta, exigindo respeito, condições de trabalho dignas e o cumprimento rigoroso da legislação vigente.
A Rel UITA, por meio de sua afiliada, a Federação de Operários e Empregados Moageiros e Afins (FOEMYA), que representa os trabalhadores de Las Acacias, acompanha de perto o caso e já ativou o contato com suas organizações irmãs no Brasil para que a matriz do grupo M. Dias Branco esteja ciente do que está ocorrendo em sua filial uruguaia.