preocupa pesquisadores
Na última semana, uma nova cepa do vírus influenza H5N1, conhecido como gripe aviária, foi identificada em rebanhos bovinos no estado americano de Nevada.
Obagro
17 | 2 | 2025

Foto: Gerardo Iglesias
Desde o final de 2023, 100 milhões de aves morreram pela doença, que já conta com 66 casos em seres humanos nos EUA. Esta nova cepa de H5N1 também se tornou capaz de contaminar bovinos a partir do contato com aves e já foi responsável pelo adoecimento grave de duas pessoas, com uma morte e uma longa internação em centro de tratamento intensivo.
Esse fato demonstra como a gripe aviária está em um franco processo de adaptação ao contágio em mamíferos, condição que tem levantado um alerta para pesquisadores e autoridades sanitárias em todo o mundo.
De acordo com o epidemiologista Rob Wallace, a gripe aviária está se aproximando de uma pandemia.
Em abril de 2024 a FDA (agência que regula as indústrias farmacêuticas, alimentícias, veterinária e cosmética) encontrou traços de H5N1 em 20% das amostras de leite cru coletadas nos Estados Unidos.
Isso demonstra a larga ocorrência geográfica dos surtos e a facilidade de espacialização do contágio entre animais da pecuária.
Devemos ter uma preocupação maior com os trabalhadores envolvidos em diversos processos, que estão vulneráveis e diretamente expostos a esse vírus fatal.
Em meio a um desmonte nas políticas de saúde pública nos Estados Unidos sob o novo mandato de Donald Trump - que incluem cortes de orçamentos de agências, remoção de conteúdos informativos de sites oficiais, a nomeação de um ativista anti-vacina para o departamento de saúde e a saída do país da OMS, as condições técnicas e financeiras para monitoramento e prevenção de uma possível pandemia de gripe aviária encontram-se em seu pior momento.
Além disso, a pecuária industrial, caracterizada por um conjunto de práticas proto-pandêmicas, estão mais longe de serem questionadas e transformadas, de forma a evitar que continuem atuando como um caldeirão de mutações que aproximam seres humanos de vírus mortais.