Novo vazamento de amônia em frigorífico de Santa Rosa
Na última quinta-feira, dia 23, 17 trabalhadores do frigorífico Alibem, na cidade de Santa Rosa, Rio Grande do Sul, foram hospitalizados após um vazamento de amônia causado por cortes de energia.
Amalia Antúnez
31 | 1 | 2025
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Foto: Difusión (Dux)
Nos frigoríficos brasileiros, ocorre um vazamento de amônia a cada 17 dias.
Em um seminário realizado em Chapecó em julho de 2024, organizado pela CONTAC CUT e a Rel UITA, o farmacêutico do Laboratório de Toxicologia do CEST Fiocruz, Leandro Carvalho, expôs a preocupante insegurança nos frigoríficos relacionada ao vazamento de amônia, gás utilizado para refrigeração na indústria de carnes.
“Algo que me chama muito a atenção sobre a amônia é o risco para os trabalhadores, porque, em geral, segundo estudos realizados aqui no Brasil, os acidentes envolvendo vazamentos de amônia sempre resultam em uma exposição aguda”, disse Carvalho.
Baseado na experiência nacional e internacional, o especialista destacou que, quando os sistemas de prevenção e controle melhoram, esses acidentes diminuem de forma notável.
No Brasil, em 2024, foi registrado um alto número de casos (mais de 15) envolvendo centenas de trabalhadores que precisaram de atendimento médico, o que expõe a precariedade no investimento em prevenção de acidentes, a falta de manutenção das instalações frigoríficas e o desrespeito aos trabalhadores que se encontram em total indefesa.
De acordo com o relatório anual do Observatório sobre Doenças Infecciosas no Trabalho (DIT) da Fundação Oswaldo Cruz, em 2023, os vazamentos de amônia no Brasil aumentaram 100% em comparação aos anos anteriores.
Nos frigoríficos, por exemplo, esses acidentes passaram de 5 para mais de 10 por ano entre 2018 e 2024.
“As razões específicas desses vazamentos estão relacionadas à falta de manutenção adequada (preventiva e corretiva) e nos sistemas de detecção”, aponta o relatório.
Parece que o ano de 2025 será mais do mesmo, enquanto a indústria acumula a cada período bilhões de dólares.