Com Carlos Quispe
Em julho do ano passado, os dois sindicatos do setor de transporte da União de Cervejarias Peruanas Backus & Johnston SAA (AB InBev) decidiram se fundir e deram origem ao Sindicato de Trabalhadores de Transportes e Afines de AB InBev Peru (SITTAABIP). Como é comum, a multinacional reagiu demonstrando seu claro antissindicalismo.
Giorgio Trucchi
5 | 3 | 2024
Foto: Gerardo Iglesias
“A decisão da fusão do Sindicato Unitário de Trabalhadores de Transportes 77 S.A. com o Sindicato de Trabalhadores de Naviera Oriente S.A.C. decorre da necessidade de ter uma capacidade contratual maior para garantir e defender nossos direitos”, afirmou Carlos Quispe, secretário-geral do Sittaabip, à Rel.
“O que estamos testemunhando nestes dias é um plano da Backus para neutralizar os avanços da nova organização e acabar com nossos projetos”, acrescentou.
Quispe explicou que a cervejaria transnacional começou a intimidar os trabalhadores sindicalizados de Transportes 77 em Arequipa, pedindo que apresentassem suas demissões voluntárias, alegando que a empresa fecharia em breve suas operações.
Caso não aceitassem, os funcionários da Backus (AB InBev) garantiram que seriam demitidos e ficariam sem nada. Infelizmente, muitos acabaram cedendo à chantagem.
Especificamente, a empresa transnacional atacou os líderes sindicais, que estavam empenhados em conscientizar a base para que os trabalhadores permanecessem firmes.
A mesma estratégia imoral utilizada em Arequipa, a Backus está agora adotando com a Naviera Oriente S.A.C. em Pucallpa e Iquitos.
É o mesmo tipo de mentiras e a mesma forma de chantagem para assustar nossos filiados. Até o momento, há um bom grupo de companheiros que permanece firme", afirmou Quispe.
O secretário-geral do Sittaabip também informou que, como parte da estratégia, a Backus (AB InBev), após a renúncia dos trabalhadores, está começando a terceirizar o setor, chegando ao extremo de alugar os veículos pertencentes às empresas transportadoras para terceiros.
“Já vimos como atuam em Arequipa com os veículos de Transportes 77 e provavelmente farão o mesmo com a Naviera Oriente”, lamentou.
O dirigente sindical fez um apelo aos aliados nacionais e internacionais para ficarem atentos ao desenvolvimento desta difícil situação.
“Estas transnacionais estão acostumadas a chantagear o trabalhador e a violar seus direitos, ancoradas em uma forma de agir antissindical. Tudo não passa de mentira, pois nunca vão fechar as operações. O que querem é desarticular o sindicato. Vamos lutar contra esses abusos e defender nossos direitos”, concluiu.