A Rel conversou com Marcos López, dirigente do sindicato, para conhecer quais são os pontos mais relevantes que eles buscam aprovar nesta rodada.

"Continuamos insistindo na redução da jornada de trabalho semanal de 48 para 40 horas sem perda salarial", afirmou o dirigente sindical.

Conforme expressou, o que muda neste Conselho em relação aos anteriores é que a central operária PIT-CNT dá ênfase especial a essa reivindicação.

"É sabido, pois muitos estudos já comprovam, que a redução da jornada de trabalho melhora o desempenho dos trabalhadores e das trabalhadoras, e consequentemente as condições de trabalho. Um descanso melhor e o uso adequado das horas de lazer aumentam a produtividade", observou López.

Um dos argumentos fortes da reivindicação do sindicato é o fato de a reforma da previdência social, recentemente aprovada, modificar a idade de aposentadoria, entre outras alterações.

A reforma da aposentadoria "nos obriga a trabalhar cinco anos a mais para poder nos aposentar. A redução da carga horária de trabalho seria uma grande medida para que os trabalhadores e as trabalhadoras possam melhorar um pouco a sua qualidade de vida", afirmou.

Quanto ao aspecto econômico, o sindicato aspira a um aumento salarial acima do índice de inflação estabelecido pelo governo.

"Nos últimos dois períodos de negociação tripartite, houve uma queda no salário real, gerando um impacto negativo no poder de compra dos trabalhadores.

Os produtos de necessidade básica tiveram um aumento considerável, e os números frios do IPC não levam em conta uma série de fatores que só são perceptíveis no bolso da classe trabalhadora", disse López. "Não será uma negociação fácil", destacou.

"Empresas transnacionais como a Nestlé, muito poderosas, geralmente conseguem impor condições a seu favor, aliás, para elas qualquer aumento salarial é considerado exagerado".

Porém, em relação à possibilidade de uma redução na jornada de trabalho, López se mostrou otimista.

"As novas dinâmicas do mundo do trabalho estão alinhadas à nossa proposta, confiamos que o movimento trabalhista organizado realize essa mudança no curto prazo", disse.

A Federação Latino-Americana dos Trabalhadores da Nestlé (Felatran) estará acompanhando de perto esse processo de negociação e apoiando a ação do sindicato.