Brasil | SINDICATOS | AÇÚCAR

Sindicalistas se reúnem com Alckmin para discutir setor sucroalcooleiro do Brasil

O vice-presidente da CNTA, Artur Bueno Júnior, reuniu-se em Brasília-DF no dia 13 de julho com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. O objetivo foi debater o setor sucroalcooleiro nacional, que vive momento de concentração econômica, e transformação do processo produtivo.

CNTA

21 | 07 | 2023


Geraldo Alckmin e Artur Bueno Júnior | Foto: CNTA

Participaram da reunião a advogada da CNTA, Rita Vivas, além de representantes da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo (Fetiasp) e da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas do Estado de São Paulo.

“O emprego nas Usinas de Cana de Açúcar e Etanol vive importante reconfiguração, tanto por conta do avanço tecnológico como desta concentração. O governo precisa estar presente ao debate, até pelo caráter estratégico do setor”, argumentou o dirigente da CNTA, que teme demissões.

Na reunião, foi entregue a Alckmin uma agenda propositiva dos trabalhadores da indústria sucroalcooleira, que citava os pujantes números do setor —são 429 usinas no país, com 607 milhões de toneladas processadas na última safra de cana-de-açúcar— o que lhe confere status de líder mundial.

Ao mesmo tempo, nos últimos 10 anos (2012 – 2021) o setor apresentou uma taxa de rotatividade global média de 47,5% - ou seja, todos os anos quase metade do emprego formal é desligado e recontratado.

“Há mais números conflitantes. No ano passado, foram resgatados 362 trabalhadores em condições análogas à escravidão no cultivo de cana-de-açúcar brasileiro, problema que também se verificou na área industrial das usinas”, analisou Artur Bueno Júnior, que também preside o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região (Stial).

Negociações

O representante da CNTA relatou que os grandes grupos (Raízen, Atvos, São Martinho, Tereos e Cofco) estão adquirindo usinas de caráter familiar e dificultando as negociações salariais.

“Sempre foi um setor poderoso e está cada vez mais. O movimento sindical luta com garra para garantir a dignidade salarial dos trabalhadores, mas o Estado brasileiro tem responsabilidade”, apontou.
Em todo o país, são 480 mil empregados.

Com Alckmin, o grupo também conversou sobre a indústria de carros elétricos, e destacou a importância de preservar a produção do Etanol —pouco poluente— no estímulo aos carros híbridos.

A conversa ainda versou sobre os fartos incentivos à indústria, e a necessidade de compromisso no tocante à manutenção de empregos e na negociação salarial digna.

Segundo o vice-presidente da CNTA, Alckmin se mostrou sensível aos pleitos sindicais, e consciente da situação relatada. Ele convidou o vice-presidente da República para o VIIIº Congresso Nacional da Categoria da Alimentação e Bebidas, da CNTA, que ocorre em 20 de julho na cidade de São Paulo.