Acordo na Nestlé Nordeste
Após uma negociação difícil, o Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação da Bahia assinou um novo acordo coletivo com a multinacional Nestlé para o período de 2023 a 2024.
Amalia Antúnez
20 | 07 | 2023
Foto: Sindialimentaçao
Carlos Pereira Cerqueira e João de Jesus Queiroz, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação da Bahia (Sindialimentação), que representa os trabalhadores e as trabalhadoras da transnacional suíça nesse estado, divulgaram detalhes sobre a negociação e agradeceram a oportuna intervenção da Rel UITA na resolução do impasse nesta negociação.
“Começamos a negociar em abril e somente em meados de junho, após ameaçarmos entrar em greve, conseguimos chegar a um acordo mais próximo das expectativas dos trabalhadores e das trabalhadoras”, afirmou Cerqueira.
Em maio, durante a reunião do Comitê Executivo Ampliado da Felatran, que ocorreu em São Paulo, foram discutidos os casos da Bahia com representantes da empresa e Gerardo Iglesias, durante a XVI Conferência Regional Latino-americana da UITA apresentou a problemática ao vice-presidente de Recursos Humanos da Nestlé-Brasil, Enrique Rueda.
“A Nestlé havia feito uma proposta de aumento salarial muito abaixo da inflação do período, sendo amplamente rejeitada pelos trabalhadores e trabalhadoras naquele então”, lembrou Cerqueira.
Conforme explicações dos dirigentes, foram necessárias várias rodadas de negociação, bem como a intervenção da UITA, além de terem que decretar greve para que a empresa concordasse em melhorar sua proposta.
“O convênio prevê não só um aumento de 5 por cento, alguns pontos acima da inflação, para todas as cláusulas, como também um aumento de 17 por cento no vale-alimentação, além de serem mantidas as demais cláusulas do acordo anterior”, informou Cerqueira.
Queiroz destacou que os trabalhadores e as trabalhadoras se mantiveram firmes durante todo o longo processo de negociação, o que possibilitou melhorar a proposta inicial da Nestlé Nordeste.
Ambos os dirigentes concordaram que a aprovação da proposta faz da negociação coletiva um instrumento eficaz para promover mudanças positivas nas relações de trabalho.
Além de garantir melhores salários e benefícios, a sindicalização permite que os trabalhadores e as trabalhadoras tenham voz ativa na defesa de seus direitos e na construção de um ambiente de trabalho mais justo e seguro.
“Agradecemos à Rel UITA e à Felatran por estarem atentos e por terem conversado com a gerência da transnacional no Brasil. Não temos dúvidas de que suas atuações foram decisivas para chegarmos a este acordo”, concluiu Cerqueira.