Gripe aviária
O surto de gripe aviária altamente patogênica (IAAP), que se concentrou por três anos na América do Norte, no Japão e na Europa, já atingiu uma nova e perigosa fase.
UITA
13 | 03 | 2023
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Foto: Gerardo Iglesias
Milhões de aves morreram devido à infecção ou ao abate de aves domésticas para evitar a propagação da doença.
O vírus infectou focas, leões marinhos, golfinhos, ursos marrons, raposas e furões; entretanto, o mais preocupante para os cientistas é a descoberta do H5N1, uma perigosa variante da gripe aviária, em uma granja de martas na Espanha.
Os receptores respiratórios do vírus nas martas têm características comuns com os receptores humanos, e o perigo de um contágio em grande escala da gripe aviária nos seres humanos é agora bem mais provável.
Nas pessoas, como nas aves, o H5N1 é mortal.
Ao conhecer, ontem, a notícia da morte da primeira criança por H5N1, a professora Diana Bell, especialista em doenças zoonóticas emergentes da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de East Anglia, declarou: “A notícia de hoje de que um menino morreu em Camboja é muito triste e preocupante. Espero que seja um caso isolado, porém devemos estar cientes de que este vírus se propaga e mata muitos mamíferos”.
As pessoas com maior risco de contrair a gripe aviária são os granjeiros e fazendeiros que criam aves, martas e qualquer outra espécie que tenha sido infectada.
É urgente comunicar claramente os riscos aos produtores, aos trabalhadores e às trabalhadoras das granjas, bem como aos seus representantes sindicais.
As autoridades reguladoras devem tentar prevenir, porém também estar preparadas para um surto de IAAP em seres humanos.
É preciso reforçar a biossegurança nas granjas e regiões agrícolas.
As pessoas trabalhadoras que enfrentam um surto de gripe aviária nas granjas domésticas precisam de proteção adicional nos quesitos saúde e segurança ocupacional, incluídos equipamentos de proteção pessoal apropriados e sensíveis ao gênero e à capacitação.
De acordo com Bev Clarkson, presidenta do Grupo Profissional de Trabalhadoras e Trabalhadores Agrícolas (GPTA) da UITA, “A conferência do GPTA ocorrida em novembro de 2022 informou sobre o alarmante aumento das doenças animais e alertou sobre a ameaça que isto representa para os trabalhadores e as trabalhadoras”.
“Durante a Conferência, a UITA se comprometeu a desenvolver materiais e recursos educativos sobre saúde e segurança no trabalho, visando a proteger os trabalhadores e as trabalhadoras de ameaças por doenças animais”.
“A UITA continuará defendendo métodos de criação de animais menos intensivos e mais respeitosos com o clima, reduzindo assim os riscos de doenças tanto para os animais como para os trabalhadores e as trabalhadoras.