Com Alberto Broch
O vice-presidente da CONTAG conversou com A Rel sobre a VII Conferência do Grupo Profissional de Trabalhadores da Agricultura (GPTA), realizada na Suíça, na semana passada, destacando particularmente o seu posicionamento diante do avanço da extrema-direita no mundo.
Gerardo Iglesias
17 | 11 | 2022
Alberto Broch e Adela Torres | Foto: Gerardo Iglesias
-Como você avalia a VII Conferência?
-Foi uma Conferência muito importante porque dentro dos setores de atuação de nossa Internacional, este é um dos mais representativos e diversos, já que não só representa os assalariados e as assalariadas rurais, como também os agricultores e as agricultoras familiares.
A Conferência também fez um profundo balanço sobre as ações da UITA para o setor, ao mesmo tempo em que foram projetados os pontos centrais da luta para os próximos anos na agroindústria.
-Com relação aos eixos temáticos abordados na Conferência, o que você destaca?
-Debateu-se sobre os desafios do sindicalismo na atualidade. Neste ponto, deu-se especial ênfase à garantia dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras agrícolas em serem sindicalizados. Na América Latina, na Europa e na África há um denominador comum: a falta de liberdades sindicais.
Discutiu-se também sobre a importância do combate ao trabalho infantil na agricultura, um assunto complexo e que nos envergonha muito.
Além disso, consideramos a necessidade de abordar dentro dos sindicatos a questão da segurança e da soberania alimentar, já que formamos parte de um setor que é o principal fornecedor de alimentos para o mundo.
Outro ponto importante tratado foi a perseguição sindical no setor, alinhada a um sistema perverso de produção que utiliza uma quantidade criminosa de agrotóxicos, agredindo trabalhadores e ambiente.
-Houve posicionamentos perante o crescimento da extrema-direita, um dos traços de maior destaque internacionalmente...
-Certo. Devo dizer que esta foi uma das Conferências onde houve avanços concretos em termos de resoluções de corte político, principalmente com relação a este perigoso avanço do pós-fascismo, tanto na Europa como na América Latina.
Eu gostaria de ressaltar esta questão, porque a atual conjuntura mundial exige um debate e uma conscientização dentro das organizações sindicais sobre tais temas que, aliás, permeiam a luta de classes.
Para um trabalhador o fascismo nunca será opção.
Parabenizo Sue Longley, nossa secretária-geral, porque entendeu que a UITA deve ser proativa e assumir um papel de protagonismo na luta pela liberdade, pela democracia e pelo respeito aos direitos humanos.