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Com Artur Bueno Junior

Houve um acordo com a Döhler e a greve foi evitada

Foto: STIAL

“A ação da Döhler causou grande desconforto entre os trabalhadores e as trabalhadoras, e no sindicato. Em 18 de abril, decidiu-se entrar em greve se a empresa não reconsiderasse sua proposta”, disse Artur Bueno Junior, presidente do STIAL.

Unilateralmente, a empresa apresentou o resultado do Programa de Participação nos Lucros e Resultados sem consultar a organização sindical ou a comissão de trabalhadores que o negocia.

«A Döhler ofereceu um valor muito inferior ao que os trabalhadores esperavam e diante disso, o Sindicato começou a mobilizar seus filiados e filiadas», disse Junior.

A negociação foi longa e difícil

“Houve seis assembleias na porta da fábrica. Na última, realizada em 8 de abril, vendo que não havia avanço, a greve foi aprovada pelos trabalhadores. A partir daí, a empresa acelerou a negociação e apresentou uma nova proposta”, informou o dirigente.

Em 13 de abril, o sindicato se reuniu com os funcionários para analisar a nova oferta da Döhler e, no dia seguinte, foi aprovado um PPR que inclui um valor fixo de 632 reais (US$ 137) para quem recebe até R$ 3.900 (US$ 843).

“Este processo nos ensinou muito, principalmente a não esperar perder um benefício adquirido para valorizá-lo. É importante deixar claro que nenhum benefício é oferecido gratuitamente pelo empregador. É algo que se conquista na luta e na negociação, sempre por meio de uma organização sindical”, enfatizou Junior.

«A unidade dos trabalhadores e trabalhadoras organizadas em seus sindicatos é o que garante a defesa dos direitos e a melhoria das condições de trabalho e salarial.»

Para finalizar, Junior agradeceu o apoio da Rel UITA, que se mostrou atenta ao processo de negociação.

“É muito importante para nós termos o apoio de nossa Internacional, principalmente quando as negociações são com empresas transnacionais”, concluiu.

O grupo Döhler, de capital alemão, produz sucos e matérias-primas para diversas indústrias de alimentação e de bebidas, com fábricas e centros de vendas em mais de 130 países.