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Empresa adia negociações
e oferece aumentos abaixo da inflação

“Todos os anos a mesma novela”

Aproveitando a reforma trabalhista de 2017, que permite atacar os direitos trabalhistas e explorar os trabalhadores ao máximo, as grandes empresas em geral atrasam as negociações salariais com seus trabalhadores, disse para a Rel Wagner do Nascimento, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Alimentação de Carambeí.
Foto: Difusão

Segundo Wagner, a partir de 2018, quando a francesa Lactalis adquiriu a área de lácteos da BRF, passou a ser prática comum negociar salários abaixo da inflação.

«Os sindicatos vêm resistindo a esse ataque da Lactalis Brasil, mas em 2021, a BRF também aderiu à mesma prática», denunciou.

A transnacional, que tem obtido enormes lucros, chegou a propor a seus trabalhadores que as negociações coletivas, pautadas para novembro passado, fossem adiadas para fevereiro deste ano.

Os sindicatos nucleados na Federação dos Trabalhadores da Alimentação do Paraná não aceitaram o atraso e exigem que a empresa reajuste os salários pelo menos com base na inflação passada, e que as negociações por melhores condições de trabalho sejam feitas de boa-fé pela empresa.

“Temos o apoio da FTIA e da CNTA”, disse Wagner.

A presidenta do Sindicato da Alimentação de Francisco Beltrão, Leonete dos Santos, reclamou que com a BRF “todo ano é a mesma novela”.

De acordo com o que ela disse à mídia local, a gigante produtora de carnes começa primeiro atrasando as negociações, para depois fazer propostas que nem chegam a ser uma reposição salarial, estando, ainda por cima, desatualizadas.

«Estamos em fevereiro e ainda não temos uma proposta concreta e justa para os trabalhadores e trabalhadoras, não só porque o reajuste é mínimo, mas também porque não inclui dezembro nem janeiro, e isso já significa um prejuízo para os trabalhadores», afirmou.