Neuza Barbosa de Lima e Rosecléia de Castro | Foto: Fetiasp“Estávamos planejando sair gradualmente da virtualidade porque sentíamos a necessidade de retomar o contato com as companheiras, a fim de abordar as questões levantadas por elas”, disse Rose.
Segundo a dirigente, o trabalho desenvolvido pelo Comitê Latino-Americano da Mulher da UITA (Clamu) serviu de inspiração para iniciarem um ciclo de seminários que busca fortalecer o papel da mulher nas organizações sindicais por meio de capacitações permanentes.
“Queríamos mostrar o trabalho que realizamos nestes dois últimos anos com o Clamu, socializar tudo o que aprendemos e mostrar como conseguimos, em plena pandemia, estabelecer uma grande rede de solidariedade com as mulheres de toda a América Latina. Pensamos em uma grande atividade, mas como a situação da pandemia ainda é incerta no Brasil, decidimos realizar os encontros por região ”, explica Rosecléia.
Decidiu-se realizar a primeira atividade com o sindicato com maior número de mulheres em sua diretoria, o Sindicato da Alimentação de Barretos, que conta com 40% de mulheres em cargos diretivos.
“Nessa primeira instância reunimos quatro sindicatos: Barretos, Marília, Colinas e Bebedouros, cujo impacto foi superpositivo porque as mulheres estavam ávidas por esse tipo de seminários de formação e fortalecimento”, enfatiza.
A primeira palestra foi ministrada por uma delegada de polícia que abordou a questão da violência de gênero, algo que está sempre entre as preocupações das trabalhadoras.
Além da Rosecléia, também participaram como palestrantes Neuza Barbosa de Lima, vice-presidente da FETISAP e Jaqueline Leite do Clamu, virtualmente.
“Falei desde a minha função de vice-presidenta da Rel UITA sobre o trabalho do Clamu, sobre os diversos problemas enfrentados pelas companheiras desta região, uma das mais violenta do mundo para as mulheres, e como, apesar de tudo, estamos ganhando espaços de participação, de incidência sindical e política”.
Rosecléia insistiu na importância do fortalecimento e do empoderamento das companheiras dirigentes como ferramenta fundamental para aumentar o número de mulheres no ambiente sindical.
“Quando falamos em abrir espaço para mais mulheres dentro dos sindicatos, temos que começar por fortalecer as que já estão nas organizações, pois só assim vamos conseguir trazer mais mulheres. Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas o importante é que já começamos.
O Clamu é nosso exemplo e guia ”, finalizou.
