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Com Joaquim Boca

Outro trabalhador da AmBev morre por Covid-19

Desde o início da pandemia, dos 1.400 trabalhadores da fábrica da AmBev em Jacaraí, pelo menos 170 testaram positivo para a Covid-19, segundo dados extraoficiais. Três deles morreram. O último veio a falecer nessa semana, disse para a Rel Joaquim Boca, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de São José dos Campos e Região e também dirigente sindical da fábrica em Jacaraí.
Imagem: Allan McDonald | Rel UITA

Em março de 2020, o sindicato entrou com pedido de mediação junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para garantir medidas eficazes de proteção contra a Covid-19 na fábrica da AmBev.

“Exigimos um protocolo adequado na fábrica, assim como a redução de pessoal nas linhas de produção. Além disso, é preciso haver testes em massa e a ampliação do plano de saúde para outros hospitais da região, visando a melhorar o atendimento dos trabalhadores e de seus familiares”, lembrou Boca.

No entanto, a empresa cervejeira concordou apenas com uma das reivindicações: fazer testes em massa nos trabalhadores.

“Como resultado dessa medida, foram detectados novos casos positivos para Covid-19, atingindo um número total de 170 contagiados. Mas, sabe-se que houve mais casos após essa instância. Na segunda-feira passada, faleceu outro companheiro, que estava hospitalizado há cerca de 15 dias”, disse o dirigente.

Boca enfatiza que todos os dados sobre contágios de trabalhadores na fábrica são extraoficiais, uma vez que a empresa se recusa a oferecer tais informações.

Diante dessa nova morte, a terceira de um trabalhador da AmBev, desde o início da pandemia, o sindicato voltou a encaminhar um pedido, desta vez de caráter urgente, ao MPT para exigir da empresa protocolos eficazes, bem como a redução do número de trabalhadores nas linhas de produção.

“Quero dizer que o companheiro falecido também era um amigo e um militante sindical as 24 horas do dia. A morte dele é uma grande dor para nós. O sindicato está vigilante e permanecerá alerta para que os protocolos de prevenção sejam melhorados e os contágios na fábrica reduzidos ”, esclareceu Boca.

Além do Ministério Público, o sindicato também alertou a CNTA, a CONTAC e a Rel UITA sobre a situação alarmante na fábrica da AmBev.

“Esperamos que a empresa reveja sua postura e reduza a produção como medida de proteção para a saúde e a segurança dos trabalhadores, enquanto a pandemia continuar”, concluiu.