Em março de 2020, o sindicato entrou com pedido de mediação junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para garantir medidas eficazes de proteção contra a Covid-19 na fábrica da AmBev.
“Exigimos um protocolo adequado na fábrica, assim como a redução de pessoal nas linhas de produção. Além disso, é preciso haver testes em massa e a ampliação do plano de saúde para outros hospitais da região, visando a melhorar o atendimento dos trabalhadores e de seus familiares”, lembrou Boca.
No entanto, a empresa cervejeira concordou apenas com uma das reivindicações: fazer testes em massa nos trabalhadores.
“Como resultado dessa medida, foram detectados novos casos positivos para Covid-19, atingindo um número total de 170 contagiados. Mas, sabe-se que houve mais casos após essa instância. Na segunda-feira passada, faleceu outro companheiro, que estava hospitalizado há cerca de 15 dias”, disse o dirigente.
Boca enfatiza que todos os dados sobre contágios de trabalhadores na fábrica são extraoficiais, uma vez que a empresa se recusa a oferecer tais informações.
Diante dessa nova morte, a terceira de um trabalhador da AmBev, desde o início da pandemia, o sindicato voltou a encaminhar um pedido, desta vez de caráter urgente, ao MPT para exigir da empresa protocolos eficazes, bem como a redução do número de trabalhadores nas linhas de produção.
“Quero dizer que o companheiro falecido também era um amigo e um militante sindical as 24 horas do dia. A morte dele é uma grande dor para nós. O sindicato está vigilante e permanecerá alerta para que os protocolos de prevenção sejam melhorados e os contágios na fábrica reduzidos ”, esclareceu Boca.
Além do Ministério Público, o sindicato também alertou a CNTA, a CONTAC e a Rel UITA sobre a situação alarmante na fábrica da AmBev.
“Esperamos que a empresa reveja sua postura e reduza a produção como medida de proteção para a saúde e a segurança dos trabalhadores, enquanto a pandemia continuar”, concluiu.