Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação dos Trabalhadores em Alimentação (CNTA afins) comenta que a empresa é a mais resistente em negociar com os Sindicatos. Inclusive, durante a pandemia, ela não fechou acordo com relação à saúde e segurança dos funcionários.
A JBS, que emprega em torno de 130 mil pessoas, também não aderiu aos TACs (Termos de Ajuste de Conduta) propostos pelo Ministério Público do Trabalho. “Ela prefere recorrer à justiça a negociar com o Sindicato”, ele conta.
Segundo Artur, a JBS se negou a reduzir o efetivo dentro das unidades e criar novos turnos de trabalho, a fim de evitar aglomerações. “É lamentável, porque esse lucro é conquistado à custa do sacrifício do trabalhador”.
Artur completa: “Só conseguimos a troca diária de máscaras de proteção após ato em frente à Bolsa de Valores, em SP. Antes, os funcionários eram obrigados a ficar cinco dias com uma máscara. É um absurdo”, informa.
O ato foi parte de campanha internacional organizada pela CNTA, Contac-CUT e UITA para denunciar a proliferação da Covid-19 nos frigoríficos. O setor emprega cerca de 500 mil trabalhadores. A contaminação atingiu cerca de 25% do efetivo. “Por isso, resolvemos denunciar a situação”, diz Artur.
Outra campanha movida pelas entidades é de valorização e sindicalização dos trabalhadores da alimentação. Com o tema “É por você, é por todos nós – sindicalize-se”, a campanha tem foco no esclarecimento acerca da luta sindical.
Segundo Artur Bueno de Camargo, o objetivo é chamar o trabalhador a participar em seu Sindicato e fazê-lo compreender a importância do sistema federativo, confederativo e das Centrais Sindicais. “Só desta forma conseguiremos criar a consciência de classe”, afirma.