"Em um contexto onde o ódio e a intolerância são incentivados pelo próprio governo, junto a um desprezo explícito pelas minorias étnicas e pelos pobres, é imperativo analisar quais estratégias precisamos adotar para enfrentar a crescente violência no campo gerada pelos conflitos pela terra", disse Elias D'Ângelo, secretário de Política Agrária da Contag.
O dirigente adiantou que várias vítimas de violência no campo e representantes de organizações ligadas à reforma agrária no Brasil participarão do seminário.
"Virão companheiros e companheiras dos estados do norte do país, onde são registrados os índices mais altos de mortes e ameaças contra dirigentes sindicais e lideranças sociais.
O seminário contará com a presença da Rel UITA e de representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), grupo pertencente à Igreja Católica que trabalha há anos na luta contra a violência no campo, entre muitas organizações.
"O objetivo deste encontro é analisar os tipos de violência no campo e como combatê-los. Também definir ações para os casos específicos dos companheiros e companheiras que atualmente são vítimas de ameaças e/ou fazem parte dos marcados para morrer", afirmou D'Ângelo.
"Esta também pode ser uma oportunidade de relançar a campanha internacional 'Basta de Violência no Campo', uma iniciativa conjunta da Contag com a Regional da UITA que denuncia os assassinatos de sindicalistas, líderes comunitários, ambientalistas, religiosos que enfrentam os poderosos latifundiários locais geralmente ligados ao agronegócio e à política", ressaltou.