-Como surge a ideia para este encontro?
-É uma iniciativa da Secretaria Regional da UITA e da Felatran, que procura alcançar mais mulheres, conhecer seus dilemas e desafios.
A Nestlé emprega uma alta porcentagem de mão-de-obra feminina nas muitas fábricas que tem no Brasil e este intercâmbio será de extrema importância para conhecer as dificuldades e as necessidades dessas companheiras em cada fábrica por todo o país.
Avaliaremos quais são as medidas que a Nestlé deverá tomar para satisfazer o que as suas trabalhadoras exigem, e por outro lado, corrigir porque havendo tantas funcionárias há tão poucas dirigentes mulheres nos sindicatos de base da empresa.
Infelizmente, quando chega aos sindicatos um convite para a atividade “x”, são sempre convocados primeiro os dirigentes homens, e se sobrar uma vaga, aí então pensam em convidar alguma mulher.
Parece mentira, mas até agora, em pleno 2019, as mulheres continuam tendo papéis secundários nas organizações sindicais. Redigimos documentos, realizamos algumas substituições, se houver que preencher alguma cota.
A luta agora é para que a equidade deixe de ser um discurso, que sejamos levadas em conta, porque estamos mais que preparadas para realizar as funções executadas pelos homens.
-Que outras questões serão abordadas neste encontro?
-Mulheres na política e como ganhar nesses espaços para incidir na sociedade; os vários tipos de violência contra as mulheres; saúde e qualidade de vida, entre outras questões.
Para este fim, o trabalho da Rel UITA e do Clamu é fundamental para podermos diminuir esta brecha na participação das mulheres no mundo sindical.
Se não fosse pela UITA, que exige paridade de gênero na participação nas atividades que promove, seguiríamos muito atrasados neste quesito.
Não tenho dúvidas de que este encontro será histórico.