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Com Marcos Araújo
Diante da demissão de mais de 40 trabalhadores na Arcor San Luis

“Podem contar com a gente”

Marcos Araújo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação de Campinas (SITIAC) e vice-presidente da Federação Internacional dos Sindicatos dos Trabalhadores da Arcor (Feistar), também é trabalhador da transnacional argentina. Diante das recentes demissões e dos adiantamentos de férias praticados pela empresa na Argentina, Araújo analisou com A Rel a difícil situação vivida pela classe operária em ambos os países e a importância da solidariedade internacional nesses casos.

“A situação de crise na América Latina é preocupante. No Brasil temos um governo que não só é de direita, como é a pior direita. Um governo que castigou os trabalhadores ao desmontar os seus direitos trabalhistas”, disse.

“A Argentina escolheu há uns dias não continuar com o governo que mergulhou o país na situação em que está, um governo que causou o fechamento de tantas fábricas e a demissão em massa em outras. Entretanto, a tarefa do novo governo será árdua, porque o retrocesso social impactou fortemente na classe trabalhadora”, analisou.

Como funcionário da Arcor Brasil há 30 anos, o vice-presidente da Feistar não só se solidarizou com a situação vivida pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras da empresa na Argentina, como também se colocou totalmente à disposição para o que precisarem.

“Podem contar com a gente para rechaçar a falta de responsabilidade social da Arcor perante a crise que estão atravessando”, disse.

“Tudo o que pudermos fazer para ajudar, principalmente à Federação dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação (FTIA), encabeçada por Héctor Morcillo, faremos. Porque, quando nós precisamos dos companheiros argentinos, eles estiveram de nosso lado e realizaram gestões junto à Arcor para destravar um conflito que tivemos aqui no Brasil”.

Araújo destacou também a preocupação do movimento sindical brasileiro perante as declarações do presidente Jair Bolsonaro ao saber da vitória de Alberto Fernández, no domingo, 27 de outubro, na Argentina.

O presidente brasileiro disse que “a Argentina escolheu mal” e não parabenizou Fernández pela sua vitória.

“Espero que se encontre uma solução para esta crise o mais rápido possível e que as declarações do nosso presidente com relação ao novo governo eleito pela Argentina não nos tragam problemas comerciais com o nosso principal parceiro na região”.

Infelizmente, temos um fanfarrão como presidente, mas que fique claro para nossos irmãos argentinos: podem contar com a gente, com a nossa solidariedade de classe e com todo o nosso respeito”, finalizou.