“Em primeiro lugar, discutimos bastante sobre a situação atual do Brasil. O governo de Jair Bolsonaro tem uma clara intenção de eliminar direitos não só dos trabalhadores e das trabalhadoras, mas também da sociedade como um todo”, disse o Dr. Ruiz.
O ataque contra a classe operária compreende não só destruir os sindicatos, mas também suprimir direitos e garantias em matéria de saúde e segurança no trabalho.
“O que o governo chama de modernização, nós chamamos de precarização”.
Estão flexibilizando ao máximo as normas regulamentadoras (NRs), consagradas há anos pelo direito trabalhista”, entre elas a NR36, dirigida às condições de trabalho nos frigoríficos.
O Dr. Ruiz contou que no seminário discutiram-se principalmente as mudanças que o governo quer fazer nas NR, normas que apenas garantem minimamente um ambiente de trabalho saudável e seguro. Também foram planificadas novas estratégias de resistência para serem adotadas.
“Uma das medidas é a unificação do movimento sindical do setor da alimentação. Temos duas grandes confederações que pela primeira vez se sentam na mesma mesa de debates e ambas se comprometeram a coordenar ações de resistência e luta”, ressaltou.
Para o Dr. Ruiz, no Brasil todos os atores sociais, inclusive os sindicalistas, estão tão abalados que não conseguem reagir aos ataques do governo e dos empresários.
“Este encontro, sem dúvidas, levou a uma injeção de força para que possamos ver alguma luz no final do túnel”.
“O governo de Bolsonaro tem sido muito violento na eliminação de leis que protegem os direitos sociais e sindicais, de tal forma que já consegue asfixiar os sindicatos, porque sabe que são os únicos potencialmente capazes de organizar os trabalhadores e as trabalhadoras”, afirmou.
Para o Dr. Ruiz, este seminário foi um grande passo no caminho da unificação dos sindicatos da alimentação.
“Tenho certeza de que todos saíram daqui revigorados, com a esperança de poderem lutar contra todas as barbaridades do governo brasileiro”, disse.
Um ponto alto foi a participação da Federação dos Trabalhadores da Carne da Argentina, liderada por Alberto “Beto” Fantini.
“Esses companheiros demonstraram que quando há unidade da classe operária, as reformas que destroem os direitos dos trabalhadores não passam”, disse Dr. Ruiz, lembrando que a reforma promovida por Bolsonaro no Brasil também foi promovida por Mauricio Macri na Argentina, sem sucesso.
“O movimento operário argentino se uniu e não deixou a reforma passar. O discurso de Fantini a esse respeito foi muito motivador, porque nos mostrou que o caminho é a unidade, a mobilização e a resistência”, concluiu.
Em Florianópolis, Amalia Antúnez