O encontrou reuniu dirigentes sindicais de vários estados do país, acadêmicos especializados em saúde e segurança no trabalho, bem como representantes do Ministério Público do Trabalho.
Artur Bueno Junior, vice-presidente da CNTA, avaliou em entrevista à A Rel as questões levantadas neste seminário.
“Estas questões são fundamentais para a classe operária e para o próprio movimento sindical como um todo, porque desde 2017, quando a Reforma Trabalhista foi aprovada, começou um ataque aos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras do Brasil, de forma vertiginosa”, disse.
“A terceirização irrestrita é um ataque direto à saúde e à segurança no trabalho, uma vez que 8 de cada 10 acidentes de trabalho envolvem trabalhadores e ou trabalhadoras terceirizados.
A reforma da segurança social também incidirá neste aspecto”.
- E agora visam a flexibilizar as normas regulamentadoras (NRs).
- O governo considerou modificar várias NRs, um instrumento importantíssimo para a defesa de boas condições de saúde e de segurança nos ambientes de trabalho.
É inadmissível que no Brasil, um país onde a cada 3 horas e 40 minutos um trabalhador ou trabalhadora morre por acidente de trabalho, discuta-se a flexibilização das normas que regulam as atividades de trabalho.
É por isso que este seminário é de extrema importância. A unidade que estamos tendo hoje aqui, sindicatos, Rel UITA, MPT, é fundamental para nos mobilizar e frear este ataque que estamos sofrendo.
- Quão importante é que as duas confederações da alimentação, CNTA e CONTAC, tenham se reunido?
-Como eu disse na abertura deste seminário, o momento em que o país está vivendo, com essa conjuntura de ataque à classe trabalhadora, faz com que deixemos nossas diferenças de lado – se é que essas diferenças realmente existem – para unir forças.
Tivemos também diferenças com o Ministério Público, que foram colocadas neste encontro. Mas, não são um impedimento para coordenarmos ações conjuntas na defesa das conquistas do movimento operário.
A flexibilização das NRs não é só uma questão de direitos. Trata-se de salvar vidas de trabalhadores e de trabalhadoras, por meio da prevenção e da fiscalização dos riscos ocupacionais.
Portanto, este sinal de unidade é primordial para podermos deter este desmantelamento da legislação que garante os direitos trabalhistas.
É hoje e é agora.