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CNTA realiza eleição e Congresso

Repúdio unânime ao governo Bolsonaro

A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação (CNTA) realizou, nos dias 23 e 24 de julho, na Colônia de Férias dos Comerciários, em Praia Grande (SP), sua reunião anual da diretoria, a eleição para a diretoria do próximo quadriênio, a Assembleia Geral Nacional da Categoria dos Trabalhadores da Alimentação e o VII Congresso Nacional da Categoria Profissional da Alimentação.

Os eventos contaram com representantes de Federações e sindicatos de mais de 20 estados da União e de mais de 100 cidades do Brasil.

Na tarde do dia 23, a diretoria da CNTA esteve reunida para discussões sobre os rumos da entidade e a pauta final para a Assembleia, que aconteceu do dia seguinte. Alternativas para a manutenção e continuidade plena da luta e do trabalho também foram discutidas.

Das 8h às 14h do dia 24, aconteceu a votação dos delegados para eleger a diretoria da CNTA para o próximo quadriênio. Companheiros de sindicatos e federações de todo o país inscreveram-se e votaram – em um momento de reencontro e troca de experiências sobre as dificuldades pelas quais o movimento sindical passa, de maneira geral, com as medidas perversas e persecutórias do governo Bolsonaro.

A Assembleia Geral Nacional da Categoria Profissional da Alimentação aconteceu no período da manhã com a prestação de contas da CNTA para as federações e sindicatos. As contas foram aprovadas pela assembleia e, na sequência, foram discutidas e votadas formas de continuidade do trabalho da entidade.

No VII Congresso Nacional da Categoria Profissional da Alimentação com as palestras de Clemente Ganz Lucio, do DIEESE, e Gerardo Iglesias, secretário regional da UITA.

A tônica da palestra de Ganz Lucio foram as mudanças nas relações de trabalho relacionadas às novas tecnologias e como o movimento sindical precisa se modernizar para atender às várias demandas dos “novos tipos de prestação de trabalho”.

O ataque feroz ao movimento sindical

Ele falou também sobre as articulações bem mais estruturadas do atual governo no sentido de mitigar as forças do movimento sindical. Segundo ele, esse é um governo especialmente organizado em prol do capital com o claro objetivo de retirar benefícios dos trabalhadores, aumento dos resultados de grandes grupos empresariais.

Iglesias, em sua palestra, destacou a onda conservadora, de direita, em toda a América Latina e como isso está gerando mais miséria e dificuldades para os trabalhadores de todas as categorias.

Ao final das palestras, houve a apresentação da mesa de votação sobre o resultado das eleições, que consagrou a chapa única para o próximo quadriênio.

O microfone foi aberto para os componentes da mesa, que fizeram colocações sobre como estão observando, contornando, revidando e combatendo os ataques contínuos ao movimento sindical desferidos pelo atual governo.

Como combater esses ataques

Artur Bueno de Camargo, presidente reeleito da CNTA, fez uma explanação referente às propostas discutidas e apresentadas na reunião da diretoria, na assembleia e no congresso. E, com autorização dos congressistas, fez o seguinte encaminhamento:

  1. Que haja um empenho de cada entidade em sua região para unificar a luta com as demais entidades de outras categorias para desconstruir os ataques que o movimento sindical e a classe trabalhadora vem sofrendo;
  2. Com o objetivo de integrar os jovens no movimento sindical, foi proposto que cada entidade organize a Secretaria da Juventude em sua região;
  3. Com o objetivo de construir propostas que possam desenvolver o setor produtivo para a geração de emprego com qualidade, os representantes sindicais dos trabalhadores devem procurar as representações patronais para discutir a relação capital-trabalho.

Após manifestações do plenário, foi colocada para votação uma Moção de Repúdio ao Governo Bolsonaro por conta de todos os atos de perseguição, restrição e tentativa de aniquilação do movimento sindical. A moção foi aprovada por unanimidade.

Instruções para a manutenção da estrutura sindical da categoria profissional nos três níveis da atuação, que hoje funciona com grande eficácia, foram votadas e aprovadas para que se dê continuidade ao trabalho realizado em prol dos trabalhadores.

Após o término do congresso, a pedido de Gerardo Iglesias, da Rel-UITA, e com a manifesta concordância dos presentes, foi feito um registro em protesto à onda de repressão pela qual passa Honduras, com a prisão de manifestantes de esquerda e até de líderes sindicais.

Uma manifestação para que essa onda de repressão termine por lá e não alcance também o nosso país.


Fotos: CNTA