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Com Artur Bueno Junior

A responsabilidade social da Nestlé

Na terça, 2 de julho, a unidade da transnacional suíça em Cordeirópolis no estado de São Paulo, notificou o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação de Limeira e Região (Stial), representante dos trabalhadores e trabalhadoras da empresa, que a partir de 1 de agosto terceirizará outro setor, tendo como consequência direta a demissão de uns 80 funcionários.

O centro de distribuição (CDD) da Nestlé, em Cordeirópolis, já viu parte de suas operações serem terceirizadas no início deste ano, quando -sem aviso prévio- a empresa despediu 100 trabalhadores, para em seguida contratar novos e terceirizados, ganhando salários 50 por cento menores.

Artur Bueno Júnior, presidente do Stial, informou que a Nestlé desta vez tomou a precaução de comunicar a decisão ao sindicato e aos trabalhadores com um mês de antecedência. 

“Isto se deve a que quando realizaram a primeira etapa de terceirização, não houve nenhum aviso prévio, permitindo ao Sindicato entrar com uma ação denunciando o fato às autoridades do Ministério do Trabalho. A medida foi, portanto, considerada ilegal, e a empresa obrigada a negociar um pacote de benefícios para os trabalhadores despedidos”, lembrou Junior.

De acordo com o dirigente, o medo é que a Nestlé comece a terceirizar rapidamente toda a distribuição.

Em São Bernardo do Campo, a empresa anunciou a demissão de uns 70 funcionários, visando a terceirizar o setor.

Um plano global

“Nesta quarta-feira nos reuniremos em assembleia com os trabalhadores e trabalhadoras do CDD para analisar os passos a seguir. Também decidimos que entraremos em greve até a Nestlé decidir dialogar com o sindicato sobre a decisão”, disse.

“Vamos negociar o fim das terceirizações, porque se deixarmos passar esta, vai ser impossível frear uma completa terceirização da área de distribuição da Nestlé em todo o Brasil”.

Junior disse que a reforma trabalhista, encaminhada pelo governo de Michel Temer e aprovada no final de 2017, promoveu o corte de gastos mediante a precarização das condições de trabalho e a eliminação de benefícios e direitos trabalhistas.

A Nestlé respondeu afirmativamente ao pedido do Stial e agendou uma reunião com o sindicato para a quarta-feira 10.

“Vamos tentar reverter esta situação. E para isto, contamos com o apoio ativo da Federação Latino-Americana dos Trabalhadores da Nestlé (Felatran) e da Rel UITA”, concluiu Junior.