No domingo, 3 de março, junto com os seus companheiros de trabalho, recebeu pelo WhatsApp um aviso de que estava sendo despedido.
“O meu mundo desabou. Comecei a pensar em minha esposa, em meu filho. Eu me perguntava como ia fazer sem trabalho, como ia conseguir manter a minha família, pagar a luz, a água, o seguro.
Na segunda de manhã, fui cedo até a empresa, que estava um caos. Ninguém sabia o que tinha acontecido e qual o motivo de termos sido despedidos.
Me deprimi, abaixei a cabeça e pensei em que sou a única fonte de renda da minha casa e em como é difícil conseguir trabalho em Puerto Limón”.
Uma das coisas que Jeison não perdoa na Chiquita Brands é o fato de a empresa não ter tido o valor de encará-los para contar a verdade cara a cara.
“Ninguém disse nada para a gente. Fomos avisados pelo WhatsApp... Vocês podem acreditar nisso? Eu só quero dizer para essas pessoas que coloquem a mão na consciência e pensem que não somos só nós que temos família, eles também têm.
Eles enchem a boca para dizer que não somos trabalhadores, mas colaboradores, e falam de responsabilidade social empresarial, entretanto a realidade é bem diferente.
O mundo dá muitas voltas. Hoje somos nós que estamos sofrendo injustamente, mas amanhã podem ser eles os que serão jogados pra fora deste portão, mandados para o no olho da rua.
Por sorte, estamos organizados. Se não estivéssemos sindicalizados, realmente não estaríamos lutando pelos nossos direitos.
Temos um sindicato muito forte e contamos com a solidariedade da UITA. Aqui estamos batalhando e com a esperança de que sairemos vitoriosos dessa. Vamos demonstrar para a Chiquita Brands que sim podemos.”