“Este é um governo abertamente homofóbico, racista, machista, lgbti-fóbico, e sua vitória alimentou a vontade de colocar para fora - e da pior forma - todo os preconceitos antes velados”, denunciou Gisele.
O discurso de ódio contra os LGBTI explicitado por Bolsonaro durante toda a sua campanha eleitoral encorajou seus adeptos a saírem do armário.
“Agora se sentem com direito a revelarem sua homofobia, transfobia e lesbofobia em qualquer lugar. Foi o que aconteceu no bairro de Campeche, em Florianópolis, onde um grupo de amigos LGBTI estavam veraneando, curtindo um dia de praia, quando foram agredidos, sofreram violência física e terminaram expulsos do lugar”.
Este fato fez com que em 27 de janeiro fosse organizado um protesto reunindo diversas organizações da sociedade civil, defensoras dos direitos humanos e do direito à diversidade.
“Depois que você assume ser LGTBI, processo este que é complexo e muitas vezes doloroso, já não dá para retroceder.
Temos o direito de circular livremente em lugares públicos sem ser assediados, nem agredidos nem que nos batam. Os espaços públicos pertencem a todos”, destacou a ativista.
A ideia de se organizarem para reivindicar a ocupação de espaços públicos surgiu após diversos ataques violentos contra pessoas da comunidade LGBTI.
Gisele informou que em 24 de fevereiro haverá outra manifestação de repúdio aos pronunciamentos de um militar retirado que, ao ver um casal de lesbianas na Praia dos Ingleses, também em Florianópolis, aproximou-se das duas mulheres e disse que não toleraria a presença delas, já que agora com a era Bolsonaro isto já não será mais permitido.
“Estamos organizando um ato para ocupar esse espaço. As pessoas da comunidade LGBTI são cidadãos e cidadãs com obrigações, mas também com direitos, incluindo o direito ao respeito”.
“Não vamos deixar que retirem de nós os nossos direitos, duramente conquistados. Vamos lutar e vamos resistir a este avanço do ódio. Se mexerem com uma de nossas formigas, estão mexendo com todo o formigueiro”, garantiu.