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Com CNTA e Fetiasp

Stial debate Reforma Trabalhista e Terceirização no setor da Laranja

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região (Stial) participou, nos dias 7 e 8 de novembro, de um debate sobre os impactos da Reforma Trabalhista e da Terceirização Irrestrita para os trabalhadores da Cadeia Produtiva da Laranja.

Realizado em Campinas-SP, o evento foi organizado pela Rede Suco de Laranja, uma entidade internacional, que reúne organizações e ativistas sindicais do Brasil e da Alemanha, criada para discutir ações concretas para melhoria das condições de vida, saúde e trabalho dos trabalhadores dessa cadeia produtiva.

As discussões tiveram participação da CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins) e da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo).

O presidente interino da CNTA, Artur Bueno Júnior, compôs a mesa de abertura juntamente com a coordenadora Rede Suco/Tie Global, Mara Lira; com Daniel Constantino da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura); com Jota Lune dos Santos, da Feraesp (Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo); e com Antônio Vitor, da Fetiasp.

Para Júnior, os temas foram um retrocesso sem precedentes para a classe trabalhadora brasileira.

«Após a reforma, a redução salarial dos trabalhadores do setor agrícola chega a 30 por cento. O impacto imediato está no corte das horas in itinere, ou horas de transporte, que correspondem ao tempo que o trabalhador leva para chegar até o local de trabalho.

Estrago não menor vai fazer a terceirização irrestrita, com o avanço de quarteirização, gatos, aliciadores, turmeiros. Vai retornar o trabalho escravo, em regiões onde este já havia cessado ou diminuído», apontou.

Intermitente

Outro ponto que preocupa as entidades sindicais é o trabalho intermitente, dado que o trabalhador pode receber menos que um salário mínimo, ou menos de um salário da categoria.

«Os trabalhadores terão que apoiar as entidades sindicais, se não quiserem perder aquilo que conquistaram com muita luta. Após a reforma trabalhista, os sindicatos ficaram fragilizados, as negociações passaram a ser pautadas mais para melhorar as condições da empresa, do que as do trabalhador», afirmou Júnior.

“Importante a participação do Stial neste âmbito da discussão, para que possamos orientar o cotidiano do nosso trabalho de mobilização, junto à categoria”, apontou o vice-presidente do Stial, Joselito Inácio, presente ao evento.