“O seminário está pensado para os trabalhadores do setor citrícola do estado de São Paulo. Começou-se com este público alvo porque a cadeia produtiva dos cítricos é uma das mais afetadas tanto pela reforma trabalhista como pela terceirização.
Trabalhadores rurais, transportistas e da alimentação formam parte desta indústria que, a partir da vigência das novas normas, passou a sofrer precarização”, informou.
De acordo com o dirigente, o seminário também servirá para visibilizar as empresas que não cumprirem com os padrões de comércio justo.
“Redes Sucos, uma ONG que tem como objetivo fortalecer a luta em defesa das condições e direitos trabalhistas na cadeia da laranja e que possui contato direto com importadores da Alemanha, promoveu esta iniciativa como forma de conhecer as empresas que se utilizam de mão-de-obra análoga à escravidão, ou que precarizam e exploram seus trabalhadores”, destacou.
“Buscaremos ampliar este tipo de workshops para outros setores da produção como o da carne, do sucroalcooleiro e o da bebida, porque assim poderemos ter uma radiografia dos impactos gerados pela reforma e pela terceirização na própria produção do país”.
Consultado sobre as dificuldades enfrentadas pelo movimento sindical, Vítor indicou que a não obrigatoriedade da contribuição sindical foi um golpe duro.
“Sem dúvidas esta reforma nos pegou feio, mas nós não baixaremos os braços: navegar é preciso e nós da Fetiasp estamos mobilizados para garantir os direitos de todos os nossos filiados e filiadas”.
Com relação ao novo cenário político e social, com a vitória da ultradireita nas últimas eleições, o dirigente se lembrou que a tendência é a situação dos trabalhadores, homens e mulheres, piorar”.
“O novo governo não tem o mínimo interesse nos trabalhadores e nas trabalhadoras. A reforma não tem uma só cláusula favorável à classe operária e o novo governo que assumirá em janeiro ainda promete piorar as coisas.
Para começar, Bolsonaro já anunciou que o Ministério do Trabalho (MTE) vai ser incorporado a outra pasta, possivelmente ao Ministério da Indústria (Mdic) – similar ao que aconteceu na Argentina – algo assim como colocar o lobo para cuidar do galinheiro”, concluiu Vítor.