Após a empresa cair em desgraça por causa do acordo de delação premiada de seus executivos, durante a operação Lava Jato, envolvendo o próprio presidente Michel Temer e vários de seus legisladores, a empresa começou a fechar seus frigoríficos por falta de liquidez para arcar com o funcionamento de suas unidades espalhadas por todo o país.
Diante desta situação, as confederações sindicais que nucleiam os trabalhadores e as trabalhadoras do setor das carnes CNTA Afins e a Contac estão se mobilizando para frear uma possível onda de demissões.
No final de outubro, mantiveram uma reunião com o Ministério do Trabalho, exigindo do mesmo que interviesse para garantir a manutenção dos postos de trabalho nas unidades da JBS.
“Tivemos uma audiência na Procuradoria-Geral da República com um dos procuradores responsáveis pela Lava Jato, José Alfredo Silva, e lhe informamos de nossa preocupação diante da crise vivida pela JBS, principalmente pelo fechamento de alguns frigoríficos em cidades que dependem dessa atividade para subsistirem”, disse para A Rel, Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA.
De acordo com o informado pelo dirigente, lhe foi entregue um relatório sobre a situação da indústria frigorífica no Brasil, bem como sobre o impacto das ações dos proprietários da JBS, os irmãos Joesley e Wesley Batista, nas atividades produtivas da empresa.
“Como este procurador se ocupa somente das questões criminais da operação Lava Jato, ele nos encaminhou a outro colega, responsável pelo acordo de delação e pelas multas a serem pagas pela empresa. Estamos trabalhando para conseguir uma nova audiência”, informou.
No momento, o fechamento das unidades e, por conseguinte, a demissão dos trabalhadores, está suspenso.
Entretanto, a situação continua tensa. “Também estamos tentando uma reunião com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é o segundo principal acionista da JBS, para exigir deste organismo público a contrapartida social que tanta falta faz”, destacou.