Brasil | SINDICATOS | MULHER

Oficina com mulheres rurais do Nordeste do Brasil

Diferentes experiências de vida, a mesma luta

Nessa terça-feira, dia 24, foi o encerramento da oficina para mulheres trabalhadoras rurais do Nordeste realizada em Natal, Rio Grande do Norte, abordando questão de "gênero e direitos humanos nas empresas” daquela região do Brasil.

Em Natal, Amalia Antúnez

27 | 05 | 2022


Foto: Rel UITA

As participantes, trabalhadoras rurais assalariadas, agricultoras familiares e dirigentes, debateram com profundidade a necessidade de fortalecer as estruturas sindicais para gerar mais espaços de participação ativa da mulher e reduzir as desigualdades de gênero, não apenas nas empresas onde trabalham, mas também em suas organizações sindicais.

Jaqueline Leite, do Clamu, falou sobre a Convenção 190 da OIT de combate à violência e ao assédio nos ambientes de trabalho, sobre o papel dos sindicatos na prevenção e controle contra estes tipos de violência, e compartilhou experiências de sucesso de trabalhadoras rurais da Colômbia, do Uruguai e da Costa Rica, que encontraram na organização sindical a força necessária para alcançar melhores condições de vida para si e suas famílias.

Também participaram virtualmente Antonia Ivoneide Melo Silva, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Lilian Arruda, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), e Cristiane Lopes, procuradora no Ministério Público do Trabalho (MPT).

Esse intercâmbio busca aprofundar alianças com outras organizações da sociedade para fortalecer a atuação dos sindicatos locais na defesa e promoção dos direitos das mulheres rurais.

O machismo como fator de desigualdade

Com experiências díspares, mas com vários pontos em comum, as histórias ouvidas durante a oficina geraram impacto por mostrarem um forte e arraigado machismo que amplia as desigualdades, não só dentro das empresas, mas também dentro dos sindicatos.

Por outro lado, foi abordado o risco de contaminação por agrotóxicos que as trabalhadoras rurais enfrentam constantemente.

O Brasil é um dos campeões mundiais no uso destes venenos agrícolas, muitos dos quais já proibidos em vários países.

Todas essas questões foram abordadas na oficina realizada em Natal, que busca ser o pontapé inicial para que, a partir das estruturas sindicais e em parceria com organizações sociais locais e internacionais, a realidade daquela região do Brasil, tão castigada pelo desemprego, pela pobreza e pela fome, comece a mudar.