Presidente da Federação Latino-Americana de Trabalhadores da Nestlé (Felatran), Melquíades de Araújo ressaltou a importância do Encontro, o espírito de unidade e a ideia de construir amplas alianças para a defesa do setor, que atravessa uma conjuntura adversa. A seguir, um resumo do seu discurso.

“Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todos os companheiros da Atilra, por nos receberem, como sempre, de uma maneira fantástica e hospitaleira, desde a nossa chegada ao aeroporto até o último momento no país”, começou dizendo Araújo.

“Quero também mencionar o papel da Rel-UITA e do seu secretário regional, Gerardo Iglesias. A nossa Internacional é a única organização capaz de fazer sentar na mesma mesa três confederações do Brasil: a Contac, a Contag e a CNTA, pertencentes a três centrais sindicais diferentes”.

Melquíades destacou “a ideia de Gerardo Iglesias de criar federações como a Felatran e a Felatrac (Coca Cola), que estão contribuindo para que mais dirigentes participem de maneira democrática dentro da UITA. É algo altamente positivo, porque estas transnacionais entenderam que somos uma força representativa e atuante”.

Sobre a crise internacional dos laticínios, Araújo comentou: “ A Atilra não se preocupa apenas com as condições de trabalho na indústria. Vocês, companheiros, foram os primeiros a entender que, para defender o setor de laticínios, devemos articular esforços e ações com os diversos atores da produção primária e com o próprio Estado”.

O Encontro, que reuniu pequenos produtores com a Secretaria de Laticínios da Nação e representantes da indústria, “nos mostra que esse é o caminho, que diante da crise devemos nos unir”, disse.

“As organizações brasileiras aqui presentes definiram que haverá uma reunião para tratar da problemática com a transnacional francesa Lactalis, porque temos nossas dúvidas sobre esta empresa e sobre as consequências das suas ações para os trabalhadores, em virtude dos seus importantes investimentos no Brasil”, comentou o dirigente sobre a principal empresa de laticínios mundial.

Finalmente, pediu que todos “deixassem de lado os personalismos e as diferenças políticas para se conseguir a unidade sindical no Brasil”, buscando inspiração no sindicato argentino.

“Que a Atilra seja um exemplo para nós. Esta organização deve ser a nossa grande escola, aquela que nos ensinará a trabalhar de maneira mais eficiente”, concluiu.