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Para que não vire fumaça
Em Santa Cruz do Sul,
Brasil
FUMO
Com Sergio Pacheco
Desafios sindicais na indústria do fumo
Para que não vire fumaça
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Foto: Lucía Iglesias
Santa Cruz do Sul é uma cidade que se pode denominar como fumo-dependente, já que a sua atividade industrial e sua economia local dependem em 75 por cento do cultivo, produção e comercialização do fumo.
De visita ao STIFA - Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região, A Rel conversou com o seu presidente Sergio Pacheco, que trabalha há 45 anos nesta indústria, e que, conforme dados da Philip Morris, é o segundo trabalhador mais antigo da empresa no mundo.

O dirigente falou sobre os problemas enfrentados pelo setor nos tempos atuais, e avaliou positivamente a iniciativa da Rel-UITA em organizar um encontro de trabalhadores do setor do fumo do Mercosul.

-Qual é o principal desafio do Sindicato do Fumo em relação ao setor, atualmente?
-Acredito que tanto as autoridades estaduais como as federais devem considerar a importância do fumo para a nossa região. Que, se por um lado é um produto que faz mal à saúde, também é certo que vivemos em um país livre, onde as pessoas podem decidir o que consumir.

Então, proibir o cultivo e a produção do fumo não vai impedir as pessoas de continuar fumando, mas vai dilapidar a economia de regiões como a nossa, onde este produto é fundamental, alem de incentivar o contrabando de cigarros.

-Quantas pessoas a indústria do fumo emprega nessa região?
-Durante a safra, trabalham no setor cerca de 7.000 pessoas. Mas, os trabalhadores fixos, que são os que processam o fumo nas usinas, são entre 1.800 a 2.000 pessoas.

No auge da safra, chegamos a ter quase 12.000 trabalhadores urbanos e cerca de 6.000 famílias de agricultores que vivem do fumo em nossa região.

Em Santa Cruz do Sul também estão localizadas as duas principais empresas de alimentação industrial do Brasil, que fornecem as refeições para os trabalhadores da empresa, na época da safra.

Ou seja, a indústria do fumo também mobiliza outros setores da produção, como é o caso da British American Tobacco, que na safra alta precisa de algo como 7.000 refeições por dia para os seus trabalhadores, gerando assim outros milhares de trabalhos indiretos.

Três mil cidades dos estados do sul do Brasil dependem da produção do fumo, além de outros países vizinhos. Portanto, acredito que seria muito importante reunir esforços na defesa deste setor que gera não só emprego como lucro para a região.

-Outro problema que enfrentam é o contrabando...
-Exatamente. De acordo com dados oficiais, o contrabando de cigarros ocupa o segundo lugar no mercado brasileiro, perdendo para a Souza Cruz (British American Tobacco), mas ganhando da Philip Morris.

Mais de 30 por cento dos cigarros consumidos no país provêm do contrabando do produto, majoritariamente do Paraguai.

-O que você acha da ideia de organizar uma reunião entre os trabalhadores do fumo do Mercosul?
-Vejo como algo muito importante, para trocar experiências e informações, já que os problemas que enfrentamos na região são comuns.

As empresas são as mesmas e são elas que ameaçam migrar para os países vizinhos, cada vez que os trabalhadores reclamam alguma coisa ou pedem melhores condições de trabalho.

Portanto, o intercâmbio entre os trabalhadores nos permitirá fortalecer a nossa organização para enfrentar os possíveis problemas que surgirem e assim enfrentá-los a partir de outra perspectiva.

Para nós, é primordial defender o setor, estou muito feliz pela visita de vocês, devo fazer um parêntesis para agradecer o apoio e a solidariedade que sempre recebemos da Secretaria Regional da UITA, com relação a todos os problemas e conflitos que tivemos que enfrentar, e acredito que continuaremos com esta parceria, pois temos muitos desafios pela gente.


Rel-UITA
16 de junho de 2015

Tradução: Luciana Gaffrée

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