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Uma Conferência aberta ao diálogo e ao futuro
Em Sunchales,
Argentina
3ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
Com Héctor Ponce
Uma Conferência aberta ao diálogo e ao futuro
“Valeu a pena o esforço”
 20140404 ponce-610
Foto: Lucía Iglesias
O secretário geral da Associação de Trabalhadores da Indústria Láctea da República Argentina e presidente da Divisão Internacional de Lácteos da UITA dialogou com A Rel após o encerramento da 3ª Conferência Internacional do Setor, realizada em Sunchales, Argentina.
-Como você avalia esta 3ª Conferência?
-Essa 3ª Conferência nos deixa muito felizes, porque foi um prazer para nós ver em que forma se desenvolveu, com a participação de tantos atores da rede da UITA e do setor de laticínios em geral. Está claro que, sem abandonar o papel de cada  um, podemos cooperar uns com os outros para o benefício mútuo. 
 
Percebemos que as delegações presentes ficaram muito satisfeitas com o trabalho realizado. Vimos que o resultado esteve bem próximo do que pretendíamos quando começamos a planificar a Conferência, o que nos faz sentir que valeu a pena todo esse esforço.
 
-Suponho que quando começaram a imaginar este Centro Educativo Tecnológico (CET), algumas pessoas devem ter pensado que era uma loucura...
-E foi uma linda loucura ligada ao sentimento de que podemos fazer muito em prol de todos e não apenas em prol da família da Atilra.  
 
Gerar sonhos e depois ter a energia suficiente e a convicção necessária para materializá-los é o que nos permite viver com dinamismo e garra.  
 
Não podemos fazer a travessia da vida sem levar conosco nossos sonhos. Este sonho é uma realidade, e é um legado para todas as pessoas, para que elas cuidem dele, para que se transforme em um fator de mobilidade e de dinamização social. 
 
Esperamos que o setor político se coloque à altura das circunstâncias desta região e que acompanhe este tipo de iniciativas, oferecendo mais unidades habitacionais, mais serviços, mais infraestrutura de base. Estes projetos visam ao desenvolvimento local e regional, e por isso, damos a ele tamanha importância.
 
-Como a comunidade de Sunchales e a sua região de influencia percebem este projeto?
-Com alegria, com admiração e também com gratidão. Recebemos estas reações de pessoas e de grupos que não têm nada que ver diretamente com a Altira, sendo reconhecida como uma organização que não pensa apenas em si mesma, mas também naqueles contextos onde nos desenvolvemos como seres humanos. A comunidade percebe isso e agradece.
 
E se, por um lado, dependemos do elogio transitório que podemos receber ou não das pessoas, estamos convencidos de que temos uma responsabilidade social indelegável, na qual incluímos nossos próprios filhos e netos.
 
Para nós, esse reconhecimento é um carinho para a alma, porque nos confirma que o caminho traçado por nós é o correto.
 
-Com que fundos a Atilra contou para realizar este projeto
-Este projeto foi construído com recursos genuínos da organização. É importante enfatizar que não recebemos nenhum subsídio para colocar o projeto em pé.
 
Se por um lado o ministro da Agricultura, Carlos Casamiquela, quem esteve hoje aqui, anunciou um subsídio de 370 mil dólares, também deixei claro em uma conferência de imprensa posterior, onde ambos estávamos presentes, que eles já tinham nos oferecido esse subsídio antes, mas que havíamos rejeitado, não porque não nos fizesse falta, mas porque pensamos que talvez algum outro ator social precisaria mais do que nós dessa ajuda.
 
O ministro afirmou que sua pasta e o governo nacional se sentiam comprometidos com projetos desta característica, e que por isso haviam decidido unilateralmente definir esse subsídio para a próxima etapa do CET: a construção de uma fábrica completa de processamento de leite que formará parte do complexo educativo.
 
-Não é fácil levar a cabo este tipo de empreendimentos a partir de um sindicato…
-É ótimo gerar projetos, mas também devemos ser o suficientemente inteligentes para encontrar os recursos necessários para viabilizar a sua realização.
 
Atilra montou uma estrutura de serviços, como supermercados, clínicas de saúde, centros culturais, uma danceteria, entre outros. Isso nos permite uma grande inserção na comunidade da região, porque são serviços abertos a todos e todas, aos diferentes segmentos etários, com base nos critérios de diversidade, de respeito mútuo e de inclusão.
 
Temos o propósito de ajudar a reconstruir uma malha social que até não faz muito tempo permitia a convivência harmônica entre crianças, jovens e idosos.
 
As etapas biológicas do ser humano não têm por que ser premiadas ou castigadas, mas simplesmente vividas em comunidade.  
 
-Impressiona também ver esta ponte concreta feita por vocês entre as vivências da passada ditadura e a realidade de hoje, projetada para o futuro.
-A instalação do “Passeio da Memória, da Verdade e da Vida. Presidente Néstor Kirchner” tem o propósito essencial de homenagear os nossos companheiros desaparecidos durante a última ditadura civil-militar, que deixou um trágico saldo de 30 mil desaparecidos.
 
Além disso, tem a finalidade de nos ajudar a lembrar, porque estamos convencidos de que não podemos olhar para o futuro com claridade, se não soubermos de onde viemos.  
 
Queremos reivindicar os sonhos desses nossos companheiros que lutaram por uma pátria nova, mais justa e mais livre. O Passeio deve nos fazer recordar que é nossa a responsabilidade de fazer com que essas mortes não tenham sido em vão; esse sangue derramado deve entrar no coração e na memória dos milhares de estudantes que irão pisar neste Centro Educativo.
 
Este passeio pela Memória está localizado em um lugar privilegiado, como deve ser, logo na entrada da estrutura edílica. Quem vier até aqui, deverá passar a cada dia em frente ao Memorial.  
 
Localizá-lo na frente de todo o complexo não tem uma razão estética, porque a decisão de estar ali é a de manter viva para os jovens a lembrança da tragédia que vivemos na Argentina, e para assinalar que estes companheiros, junto a muitos outros, são o trampolim que nos impulsiona e que nos permite construir um futuro.  
  
Rel-UITA
9 de abril de 2014

Tradução: Luciana Gaffrée

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