Na época, o jornal O Estado de São Paulo publicara uma investigação que denunciava a participação do Grupo J&F, que controla a JBS, no arquimilionário esquema de corrupção da Petrobrás.
A suspeita se baseava em dados encontrados no computador de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal petroleira, que aparecia vinculado à J&F em contratos pouco claros de assessoria. Estes, rapidamente, chamaram a atenção dos investigadores da operação Lava Jato.
Paulo Roberto Costa é um dos três empresários “arrependidos” que, com suas revelações, permitiram ir desatando o nó da trama de corrupção da Petrobrás, investigada pela Operação Lava Jato.
Levada a cabo desde setembro passado, a investigação oficial revelou a existência de um tipo de “clube” de grandes empresários e políticos que cobravam suborno pelas obras realizadas pela Petrobrás.
Entre os políticos, pelo menos uns trinta envolvidos, havia ministros e ex-ministros, além de dirigentes de vários partidos, governistas e oposicionistas.
Em dez anos, foram movimentados dessa forma perto de 4 bilhões de dólares, por meio de empresas fantasmas, além de outros mecanismos fraudulentos.
A J&F desmentiu todo e qualquer vínculo com a Petrobrás e com o próprio Paulo Roberto Costa, mas a polícia confirmou em janeiro que continuava analisando esta ligação.
Paralelamente, em outra operação, também em dezembro e igualmente relacionada com a Operação Lava Jato, divulgada pela revista Valor Econômico, a Polícia Federal descobriu duas contas bancárias em nome de uma empresa fantasma vinculada a um dos lavadores de dinheiro da trama Petrobrás, Carlos Habib Chater.
A empresa, que possui um capital social de apenas 20 mil reais (menos de 6.500 dólares), tinha recebido 800 mil reais (uns 270 mil dólares) da JBS.
Novamente, o grupo frigorífico rejeitou por “carecer de fundamento” as suspeitas de que se tratava de dinheiro de procedência ilegal e novamente as autoridades insistiram em que as investigações estavam em andamento.
Nas eleições gerais brasileiras do ano passado, a JBS foi a empresa que mais financiou os diferentes partidos políticos, de qualquer tipo, aos quais transferiu pelo menos 352 milhões de dólares.
Uma prática fortemente consolidada, para se dizer o mínimo.