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Acidentes de trajeto crescem 8% e preocupam em Limeira
Brasil
SOCIEDADE
Acidentes de trajeto crescem 8% e preocupam em Limeira
Acidente laborais 1 610
Foto: STIAL
Enquanto o número de acidentes de trabalho caiu 10,8% em Limeira, no ano passado, o índice de acidentes de trajeto – ocorridos no caminho do trabalhador para o serviço ou na volta dele – cresceu 8,1%.
O número foi divulgado nesta quinta (28) pelo Programa de Saúde do Trabalhador(PST), durante evento realizado no Teatro Nair Bello, referente ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

Foram 2.581 acidentes de trabalho em Limeira em 2015, contra 2.894 em 2014. Já os acidentes de trajeto foram 662 em 2015, contra 612 no ano anterior.

O crescimento tomou conta dos debates no evento, que além de sindicatos e empresários envolveu órgãos como a Secretaria de Mobilidade Urbana, acionada a colaborar em políticas públicas de segurança no trânsito.

Após explanação técnica do gerente regional do Ministério do Trabalho de Piracicaba, Antenor Varolla, o presidente do Grupo Gestor do PST e do Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação de Limeira(Stial), Artur Bueno Júnior, abordou a necessidade da criação de uma norma regulamentadora sobre o tema.

“Hoje temos o artigo 21 da Lei de Benefícios da Previdência Social, que estabelece o acidente de trajeto como acidente de trabalho, o que é um fato incontestável. Sua tipificação, no entanto, carece de parâmetros técnicos melhor definidos”, apontou.

Junior criticou uma proposta da Confederação Nacional da Indústria(CNI), que prega o fim da caracterização dos acidentes de trajeto como acidentes de trabalho.

“Eles se calcam na suposta falta de condições para prevenção de problemas que ocorrem fora da empresa. Isto seria simplesmente fugir da responsabilidade”, apontou.

Entre as alternativas para a criação da norma regulamentadora, a checagem das condições dos veículos dos trabalhadores, na chegada da empresa.

“Só precisamos tomar cuidado para não punir o trabalhador que é obrigado a utilizar o veículo próprio, quando não há transporte público ou da empresa. Muitas vezes, ele não possui dinheiro para realizar a manutenção perfeita do veículo”, afirmou o sindicalista.
Poder Público

Na platéia, sindicalistas, empresários, técnicos de segurança do trabalho, estudantes e servidores da Prefeitura de Limeira acompanharam as manifestações do secretário de Saúde, Alexandre Ferrari, do coordenador do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), Alex Zaniboni, da coordenadora do PST, Jacira Ananias de Oliveira, e do gerente do Ministério do Trabalho.

O vice-prefeito, Antonio Carlos Lima (PT), representou o prefeito Paulo Hadich (PSB). O secretário de Mobilidade Urbana, Sebastião de Souza, admitiu a dificuldade, pela secretaria, de uma ação específica contra o acidente de trajeto.

Enquanto o coordenador do Samu relatou 388 atendimentos acidentes de trânsito pelo serviço em Limeira, no mês de março – sendo 237 só de acidentes envolvendo motociclistas – o gerente do Ministério do Trabalho elaborou as principais causas dos acidentes de trajeto: o aumento da frota e a falta de ordenamento do trânsito.

“É um problema que afeta a todos, e todos serão convocados a participar da solução. Especialmente o Poder Público”, afirmou.

O evento terminou com a formulação de um documento defendendo não só a manutenção da caracterização do acidente de trajeto como acidente de trabalho, como também a criação de uma mesa de debates tripartite (trabalhadores, empresários e governo federal) para tentar reduzir estes acidentes.
Acidentes em geral

O secretário Ferrari destacou a evolução do sistema de registro do Relatório de Atendimento ao Acidentado do Trabalho (RAAT), que estaria se consolidando a cada ano no município, por meio de capacitações em todas as unidades de saúde.

“A sensibilização que realizamos é fundamental, para podermos gerar estes dados e formularmos políticas públicas”, apontou.

Artur Bueno Júnior finalizou dizendo que, no caso dos acidentes de trabalho em geral, a redução em 2015 não pode ser motivo para diminuir o empenho no seu combate.

 

Rel-UITA
2 de maio de 2016