Em Limeira, Artur Bueno Júnior
Sindicato vê sinais de fechamento da Citrosuco
Faltando dois meses para o início da safra da laranja, a unidade de Limeira da Citrosuco não realizou a manutenção regular do maquinário, e nem iniciou o processo de contratação dos trabalhadores safristas.
Para o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins de Limeira e Região (STIAL), são indícios fortíssimos de que a fábrica pode encerrar as atividades em 2013.
Trabalhadores da empresa nos procuraram mostrando receio. A direção proibiu a compra de peças para a reposição necessária de diversos equipamentos quebrados. A contratação dos safristas, que geralmente se inicia em maio, começa tradicionalmente a ser preparada em meados de março.
Desde 2010, o Sindicato alerta que a fusão entre as empresas Citrosuco e a Citrovita (propriedades dos grupos Fischer e Votorantin, respectivamente), poderia gerar fechamento de unidades e demissões.
A efetivação do processo, em dezembro de 2011, promoveu dois meses depois o fechamento da unidade da Citrovita na cidade de Matão, com a demissão de 200 trabalhadores. Matão já possuía uma fábrica da Citrosuco, muito maior (800 trabalhadores).
Na região, o grupo Votorantin possui uma fábrica da Citrovita em Araras, o que amplia o temor do Sindicato sobre o fechamento da Citrosuco de Limeira. Em julho de 2012 já havíamos enviado um ofício junto à diretoria da Citrosuco pedindo informações sobre o tema, mas não obtivemos resposta. Em Limeira, são 400 trabalhadores (150 regulares e 250 safristas), a mesma quantidade da unidade de Araras.
Para o Sindicato, a unidade de Limeira mereceria atenção especial do grupo econômico pela manutenção, até por sua excelente localização (às margens da Rodovia Anhanguera). Agora encaminhamos um novo ofício à Citrosuco, perguntando as reais intenções da empresa e apontando os sinais de atraso na preparação da safra.
Outras providências
O Sindicato promete lutar contra um possível fechamento, e acionar a Prefeitura de Limeira para interceder no caso. Se mesmo assim a unidade encerrar as atividades, vamos exigir que a empresa cumpra seu papel social, buscando reintegrar os trabalhadores. Não podem apenas demitir todo mundo.
Contra o fechamento, o Stial também pretende acionar o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão responsável por regular as distorções sociais no caso das fusões.
Rel-UITA
1 de abril de 2013