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A entidade acrescenta que a cervejaria, dona das marcas Kaiser, Bavaria, Sol e Xingu, tem adotado uma política rígida de negociação, sem oferecer sequer a correção da inflação aos trabalhadores.
No dia 23 de março, a categoria profissional chegou a se reunir em Curitiba (PR), em evento também convocado pela CNTA Afins. Na ocasião, foi votada e aprovada a seguinte posição:
1- A reposição da inflação não se discute. É dever da empresa aplicar na totalidade nos salários dos trabalhadores.
2- Ninguém concorda com a forma com que a Heineken vem procedendo no processo de PLR. Portanto, vamos solicitar a todos os sindicatos, para que em uma próxima reunião, apresentarem uma proposta a nível nacional para elaboração do PLR.
3- Fim do banco de horas e redução da jornada de trabalho sem redução de salário. E que a empresa adote segurança e saúde de forma eficaz para evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Liberação de representantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) durante seis dias no ano para participar de cursos promovidos pelas entidades sindicais.
O presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, avalia que algumas indústrias tem se aproveitado da crise econômica e política do país para retirar direitos dos trabalhadores.
Ele também aponta que as perspectivas para 2016 são ainda mais preocupantes, com o aumento do número de demissões em diversos setores da Alimentação, principalmente o de bebidas e o de frigoríficos.
"É possível que tenha empresa com dificuldade, mas também sabemos que tem grandes grupos de empresas que estão se aproveitando do momento para explorar mais ainda os trabalhadores. Durante o ano de 2015, as dificuldades nas negociações foram enormes, muitas vezes para conseguir apenas a reposição da inflação.", comenta Bueno.
Em janeiro desse ano, a CNTA Afins realizou um encontro nacional da categoria das indústrias da Alimentação, que resultou na aprovação de uma pauta nacional com dez itens que constam, entre outros pontos, o posicionamento contra demissões arbitrárias, a precarização do trabalho e a não permissão da redução de direitos.
"Independentemente da bandeira política de cada companheiro e companheira, a bandeira da defesa dos trabalhadores precisa ser unificada para, juntos, não permitirmos que a maioria dos detentores do capital, que financiou a maioria dos representantes dos poderes Legislativo e Executivo, venha querer se recuperar a custa de demissões e baixos salários dos trabalhadores.", afirma o presidente da CNTA Afins.