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O objetivo do evento, que deverá reunir 300 pessoas, entre lideranças sindicais, autoridades e especialistas nas áreas do Direito, Saúde e Economia, é traçar metas para atuação das representações dos 1,6 milhão de trabalhadores da categoria para os próximos quatro anos.
A Assembleia Geral Ordinária da categoria também ocorrerá na mesma data e local. O encontro contará ainda com a regional latino-americana da União Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (UITA).
Diante da atual conjuntura econômica e política do País, algumas das preocupações da categoria são a alta rotatividade e ameaças de demissões em massa nos setores da Alimentação, principalmente o de frigoríficos e o de bebidas.
Responsável por um dos principais painéis do evento, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos e Socioeconômicos (DIEESE) fará um panorama do perfil dos trabalhadores nos principais setores entre os anos 2014 e 2015, com o estudo Raio X da Alimentação, a ser lançado no dia 25, mesma data de apresentação das teses.
No dia 26, representantes de aproximadamente 110 entidades sindicais debaterão e aprovarão resolução do encontro.
Na ocasião do encerramento do evento, será feita uma homenagem às vítimas de acidentes de trabalho.
De todas as divisões avaliadas pelo DIEESE, apenas a Pesca e Aquicultura apresentou aumento no número de acidentes. Na fabricação de alimentos a queda foi de 49.460 para 47.970 (-3%). No entanto, no caso do setor que lidera o número de acidentes de trabalho – o de Frigoríficos – registrou-se a ampliação do número de acidentes: de 18.226 em 2012 para 19.821 em 2014 (alta de 8,7%).
Na fabricação de bebidas a queda foi de 4.828 para 4.125 (-14,5%). Mas houve registro do aumento do número de acidentes em duas atividades: fabricação de vinhos e fabricação de águas envasadas.
A queda acentuada no número de acidentes na fabricação de açúcar (redução de 4.241 acidentes ou de 2012 para 2014) correlaciona-se também com a própria queda do nível de emprego no setor (cerca 10,7%).
Ao reivindicar melhores condições de trabalho no setor frigorífico, com alto índice de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, a categoria conquistou a elaboração do texto da Norma Regulamentadora nº 36 (saúde e segurança em indústrias de carne) do Ministério do Trabalho e Emprego, em vigor desde 2013.
Agora, representantes sindicais de todo o País destacam a necessidade de estruturação da Pasta e mais fiscalizações para coibir descumprimentos de direitos básicos, como pausas para intervalos para recuperação térmica, a alternância de trabalhos em pé e sentado, e adoção de ergonometria em mobiliários específicos, por exemplo.