Trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da fábrica da PepsiCo na localidade paulista de Sorocaba entraram em greve por tempo indeterminado
Con Airton Oliveira
Trabalhadores da PepsiCo em greve
Pedem o fim da terceirização e equiparação de salários e benefícios
Na quarta-feira 9, trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da fábrica da PepsiCo na localidade paulista de Sorocaba entraram em greve por tempo indeterminado e fizeram manifestações na porta da companhia reivindicando a equiparação dos salários e dos benefícios entre o pessoal da fábrica e os terceirizados.
Em diálogo com A Rel, Airton Oliveira, presidente do Sindicato de Trabalhadores da Indústria da Alimentação de Sorocaba, que representa estes trabalhadores, disse que o número de terceirizados é muito alto e que a diferença em termos de direitos com o pessoal fixo é gigantesca.
Denunciou, também, a precariedade das condições de trabalho do pessoal não contratado. “Do total da planilha, mais de 30 por cento são trabalhadores terceirizados, cujos salários e benefícios são muito inferiores ao pessoal permanente”, informou.
“Entre as reivindicações do Sindicato está a equiparação salarial (trabalho igual, salário igual), e exigimos que os trabalhadores estejam registrados de acordo com a categoria da tarefa que realizam e não como acontece atualmente, como empacotadores júnior, sendo que a maioria trabalha na linha de produção”, acrescentou.
A precariedade da PepsiCO
De acordo com o dirigente, as condições de trabalho na fábrica são precárias: não há cadeiras em alguns setores da produção e os próprios operários que produzem são os que fazem a limpeza do local.
“As cadeiras para descanso do pessoal que está na linha de produção só são oferecidas quando há visitas à fábrica, e temos também casos de auxiliares de produção que precisam fazer eles mesmos a faxina do local, desentupir canos e carregar pallets pesados, sem nenhum tipo de proteção”, afirma Oliveira.
Consultado sobre a reação da empresa diante da greve dos terceirizados, o dirigente indicou que, no mesmo dia da paralisação, ele teve a oportunidade de se reunir com a direção, que simplesmente evitou o assunto.
“Para a empresa, os trabalhadores terceirizados, por não terem vínculo funcional direto, não são responsabilidade da PepsiCo”.
A luta continuará
“Diante desta situação -continuou- vamos aguardar o resultado do processo que já iniciamos para que a empresa regularize este pessoal e, enquanto isso, continuaremos mobilizados, porque para nós é inacreditável que uma empresa com a margem de lucros da PepsiCo não possa contratar um maior número de pessoal permanente e nem possa oferecer aos seus funcionários condições adequadas de trabalho, incluindo todos os direitos garantidos pela legislação trabalhista e pela negociação coletiva”, declarou.
Na fábrica de Sorocaba, PepsiCo produz snacks, barrinhas de cereais e biscoitos. A transnacional possui no Brasil 16 unidades de produção, entre bebidas e alimentos.
De acordo com os dados recolhidos pelo Sindicato, os lucros da transnacional aumentaram 35 por cento no segundo trimestre deste ano, superando os 2 bilhões de dólares.