A empresa permanece intransigente diante das reivindicações dos trabalhadores
Com Wilson Vidoto
Greve na Dori Alimentos
A empresa permanece intransigente diante das reivindicações dos trabalhadores
A empresa permanece intransigente diante das reivindicações dos trabalhadores. A Rel conversou com Wilson Vidoto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Marília e Região (STIAM) para conhecer a origem do conflito e as medidas que serão tomadas caso a Dori não reveja sua postura.
-Por que a greve foi iniciada?
-Tínhamos um acordo com esta companhia sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) baseada na produtividade.
No ano passado os trabalhadores atingiram 75 por cento das metas de produção, impostas pela empresa já no mês de setembro, mas a gerência naquele mesmo mês comunicou que não se poderia pagar a PLR devido ao balanço da empresa ter dado negativo.
Em janeiro deste ano, a empresa ofereceu pagar 400 reais como adiantamento da PLR de 2013; frente a isto, o Sindicato questionou o porquê de se pagar por adiantado algo que deve ser calculado em função dos lucros obtidos pela companhia ao longo do ano. Soma-se a isto, o fato de no ano anterior os trabalhadores não terem recebido a PLR porque a empresa alegara falta de solvência.
Esta atitude é completamente contraditória e gerou um descontentamento geral entre os trabalhadores, que começaram a reivindicar o pagamento da PLR de 2012.
Após várias e infrutíferas reuniões de negociação, o STIAM convocou os trabalhadores para uma assembleia na semana passada, onde votaram pela greve por tempo indeterminado, isto é, até a empresa oferecer uma resposta seria às reivindicações dos seus trabalhadores.
– A gerência da empresa se manifestou de alguma maneira?
-Sim. Ameaçam despedir os grevistas e avisaram que descontarão os dias de paralisação.
Pessoalmente, considero que esta atitude não vingará já que 90 por cento dos trabalhadores acataram a greve, sendo que a paralisação custa para a Dori 2 milhões de reais por dia (98 mil dólares).
– Quais medidas serão tomadas pelo STIAM se a Dori não mudar de postura?
-Continuaremos com as medidas de luta, paralisaremos não só a matriz como também outra fábrica onde se produzem cereais, aqui em Marília. E se ainda assim, não houver negociação, paralisaremos também a unidade produtora que a empresa possui no Paraná.
Foto: STIAM