SINDICATOS

Contracs repudia demissão de garçom do Planalto devido convicções políticas

Em nota pública, Confederação clama por igualdade de direitos

Contracs repudia demissão de garçom do Planalto devido convicções políticas
Em nota pública, Confederação clama por igualdade de direitos
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) repudia a demissão do garçom do Palácio do Planalto José Catalão por suas convicções políticas.
A Contracs destaca que a liberdade intelectual de convicção filosófica ou política é assegurada pela Constituição Federal, artigo 5º, inciso VIII: “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;” e, portanto, considera a demissão flagrantemente ilegal e inconstitucional.

É notável destacar que o trabalhador José Catalão, que exercia sua função de garçom há oito anos no Palácio do Planalto, era querido por todos e não era filiado a nenhum partido, como alegou o Governo Interino de Michel Temer ao demiti-lo por ser “considerado petista”.

Para a Confederação, as motivações da demissão do garçom vão além de motivações políticas, uma vez que o trabalhador era negro.

A Contracs ressalta os notáveis retrocessos já provocados pelo Governo Interino de Michel Temer como a extinção da Secretaria Especial de Políticas de Promoção para Igualdade Racial e da Secretaria Especial de Direitos Humanos assim como a Secretaria de Políticas para as Mulheres e a Secretaria da Juventude.

Os avanços dos últimos anos
É notável que as políticas de promoção de igualdade racial cresceram nos últimos anos, inserindo de forma significativa a população negra tanto no mercado de trabalho como nas universidades. A política de cotas nas universidades potencializou o ingresso de negros e negras no mercado.

Dados do Censo de 2000 e 2010 mostram, por exemplo, o aumento da população negra no mercado de trabalho. Em 2000, segundo o IBGE, a população negra (pretos e pardos) representavam 44% da população economicamente ativa e, em 2010, eram 49%.

Tais políticas de promoção da igualdade racial tem sido fortemente atacada pela elite, que estão incomodadas com o convívio com negros e negras no mercado de trabalho, nas universidades, lojas, aeroportos e shoppings e, por isso, precisam golpear os direitos e retroagir nas conquistas sociais dos últimos anos.

Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviço da CUT, tais retrocessos representam mais um golpe às conquistas dos últimos 15 anos e não iremos nos calar diante de tais fatos.

Não reconhecemos o Governo Interino de Michel Temer! Não aprovamos medidas de retrocesso aos direitos conquistados bem como a retirada e diminuição de políticas públicas conquistas nos últimos anos.

Queremos igualdade! Em nome de José Catalão, o garçom demitido, pedimos justiça e clamamos por igualdade de direitos.

Direção – Contracs/CUT