Reunião internacional da UITA do setor de comida rápida
Com Moacyr Roberto Tesch
“Estamos travando uma luta exemplar contra o emprego precário da McDonald’s”
Reunião internacional da UITA do setor de comida rápida
Foto: Gustavo Villarreal
Agora em maio, em Nova Iorque, a UITA e o Sindicato Internacional de Empregados em Serviços (SEIU) organizarão em conjunto uma reunião do setor de comida rápida, também chamada de fast food. Moacyr Roberto Tesch, presidente da CONTRATUH, conversou com A Rel sobre as atividades e ações da McDonald’s no Brasil.
-Vocês foram convidados especialmente para divulgar a experiência vivida junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), no combate ao trabalho precário existente na McDonald’s…
-Acredito que se trata de uma extraordinária luta, onde atuamos de maneira coordenada com o Ministério Público do Trabalho do estado de Pernambuco e com o Sindicato de São Paulo (SINTHORESP).
Sem dúvida, foi um grande passo que ninguém havia dado antes, com o objetivo de terminar com as jornadas flexíveis e com o sistema de rodízio de tarefas da McDonald’s, onde um mesmo trabalhador é quem cozinha, é quem fica no caixa, é quem limpa banheiros, etc.
-A transnacional terminou sendo multada…
-Sim, em 7,2 milhões de reais, que foram revertidos para um fundo social contra o trabalho escravo.
Mas, além da cifra, que obviamente é importante, o fato a se destacar é que a McDonald’s está percebendo que as coisas estão se complicando para ela neste país, que está difícil para ela fazer o que lhe der na telha.
No dia 26 de março passado, o MPT do Paraná multou a transnacional e a sua franquia no Brasil, a Arcos Dorados, em 10 milhões de reais, pela aplicação do sistema de rodízio de tarefas e por contratação de adolescentes menores de 18 anos para atividades que implicavam riscos para a saúde.
-O que se sente diante dessas vitórias?
-Por um lado, uma sensação de alegria, porque finalmente os organismos encarregados de fiscalizar e de garantir justiça estão fazendo o seu trabalho.
Mas, por outro lado, sentimos tristeza cada vez que somos informados de como este tipo de empresas consegue massacrar os trabalhadores pelo Brasil inteiro. Fica claro que este tipo de emprego não é interessante para ninguém, e só beneficia as grandes transnacionais.
A McDonald’s no Brasil tem cerca de 44.000 trabalhadores, com a particularidade de seus empregados e empregadas não permanecerem mais de um ano em seu posto de trabalho, o que demonstra não ser uma empresa séria e boa para a pessoa se desenvolver no mercado de trabalho.