09
Agosto
2016

A violência se intensifica no campo brasileiro

Mais um trabalhador foi assassinado brutalmente na tarde de sexta-feira (5) por lutar
pelo direito a terra no Brasil.

CONTAG
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Foto: CONTAG

O trabalhador rural Antônio Luiz Araújo, de cerca de 45 anos, foi barbaramente assassinado por pistoleiros em Wanderlândia, no estado do Tocantins, após várias ameaças a ele e a mais três lideranças sindicais da região.
A área de conflito é Fazenda Boqueirão, ocupada neste ano, onde vivem 82 famílias.  

A CONTAG manifesta seu repúdio a todo e qualquer tipo de violência contra os trabalhadores e trabalhadoras rurais, que lutam diariamente não apenas pela sua sobrevivência, mas também por vida digna, por direitos, por igualdade e, principalmente, pelo direito a terra.

Demandamos que as autoridades tomem as providências cabíveis e se debrucem sobre mais este caso de violência contra aqueles que lutam pelos próprios direitos, e que a impunidade não prevaleça.

Histórico

Em maio de 2016, cerca de 82 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem-terra ocuparam a fazenda Boqueirão, cujas terras são de propriedade da União, ou seja, são terras públicas federais, constatadas por meio de vistorias realizadas pelo Programa Terra Legal.

Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Wanderlândia, o fazendeiro conhecido como Epaminondas disputa a posse da terra. Inconformado com a ocupação, vem ameaçando e perseguindo as famílias e as lideranças sindicais.

O clima de tensão nessa região já foi levado ao conhecimento da Ouvidoria Agrária através da CONTAG e da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Estado de Tocantins (FETAET).

No entanto as providências não foram capazes de impedir o avanço da violência. Há suspeita de formação por parte dos fazendeiros por meio de milícias armadas para cometer crimes contra lideranças e contra a ocupação de terras.

De acordo com o STTR de Wanderlândia, existe uma lista de vários trabalhadores rurais marcados para morrer. O valor de cada cabeça seria R$ 5 mil. A milícia seria formada por pistoleiros da cidade de Marabá (PA), contratados por fazendeiros da região.