08
Julio
2016
A placa “Cela do Boi Preto” é a sexta instalada na Capital
Marcas da Memória demarca local de tortura na av. Bento Gonçalves
PMPA
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Jair Krischke, José Fortunati e Wiliam Pastorini
Para que nunca se esqueçam os atos de tortura cometidos durante a ditadura no país e, especialmente, em Porto Alegre, o Movimento de Justiça e Direitos Humanos e a prefeitura afixaram nesta segunda-feira, 27, uma placa na calçada da av. Bento Gonçalves, em frente ao número 4592, onde existiu um local da prática no período de exceção.
A colocação da placa faz parte do projeto Marcas da Memória, que identifica os locais que serviram de espaço para tortura, ao mesmo tempo em que incentiva o conhecimento e a reconstrução da memória histórica do período. Essa é sexta placa afixada na Capital.
No local, havia o quartel do 18° Regimento de Infantaria (18 RI) e a conhecida ‘cela do boi preto’, onde, por ser totalmente escura, os prisioneiros perdiam a noção de dia ou noite. Por ali passaram dezenas de prisioneiros políticos, como os combatentes da Guerrilha de Três Passos, que eram submetidos a torturas como serem erguidos por torniquetes com fio de nylon nos dedos.
Para o prefeito José Fortunati, a demarcação desses locais resgata momentos dramáticos da história.
“Essa iniciativa promove uma reflexão sobre o assunto. Algumas pessoas defendem, de forma totalmente equivocada, a volta da ditadura. O mais importante é que, acima de ideologias políticas, existe o Estado Democrático de Direito e os direitos humanos”, ressaltou o prefeito.
A data para a colocação da placa foi escolhida em função desse domingo, 26, ser o Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura, conforme explicou o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krieschke.
“Aqui existia um quartel, onde foram praticadas torturas cruéis contra presos políticos, entre eles, os combatentes da Guerrilha de Três Passos”, comentou, citando as estratégias, como colocar torniquestes nos dedos e na garganta. Na placa, inaugurada por Krieschke e pelo prefeito Fortunati, consta os dizeres de um sobrevivente: “Se existe inferno, eu ali estive".
Também participou do evento, o secretário municipal de Direitos Humanos, Wilson Pastorini.
No local, havia o quartel do 18° Regimento de Infantaria (18 RI) e a conhecida ‘cela do boi preto’, onde, por ser totalmente escura, os prisioneiros perdiam a noção de dia ou noite. Por ali passaram dezenas de prisioneiros políticos, como os combatentes da Guerrilha de Três Passos, que eram submetidos a torturas como serem erguidos por torniquetes com fio de nylon nos dedos.
Para o prefeito José Fortunati, a demarcação desses locais resgata momentos dramáticos da história.
“Essa iniciativa promove uma reflexão sobre o assunto. Algumas pessoas defendem, de forma totalmente equivocada, a volta da ditadura. O mais importante é que, acima de ideologias políticas, existe o Estado Democrático de Direito e os direitos humanos”, ressaltou o prefeito.
A data para a colocação da placa foi escolhida em função desse domingo, 26, ser o Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura, conforme explicou o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krieschke.
“Aqui existia um quartel, onde foram praticadas torturas cruéis contra presos políticos, entre eles, os combatentes da Guerrilha de Três Passos”, comentou, citando as estratégias, como colocar torniquestes nos dedos e na garganta. Na placa, inaugurada por Krieschke e pelo prefeito Fortunati, consta os dizeres de um sobrevivente: “Se existe inferno, eu ali estive".
Também participou do evento, o secretário municipal de Direitos Humanos, Wilson Pastorini.
Guerrilha de Três Passos
A chamada Guerrilha de Três Passos ocorreu em março de 1965, foi uma ação militar promovida por militares cassados e agricultores contra a ditadura, com apoio do ex-governador Leonel Brizola.
Foram tomados o quartel da Brigada Militar e o presídio de Três Passos e o objetivo era seguir até o Paraná. O grupo, no entanto, foi preso em Foz do Iguaçu e transferido para Porto Alegre.
Sobre o projeto Marcas da Memória
O projeto Marcas da Memória prevê a identificação dos locais que abrigaram tortura durante a ditadura militar (1964-1985).
A intenção é tornar públicos todos os espaços que foram centros de detenção e tortura, bem como incentivar atividades culturais que propiciem o conhecimento e a reconstrução da memória histórica desse período.
Locais que já receberam as placas
- Praça Raul Pilla, local do antigo Quartel da Polícia do Exército
- Calçada em frente ao Colégio Paulo da Gama, local que serviu como Presídio Militar Especial
- Calçada em frente ao Palácio da Polícia, onde presos políticos foram torturados durante o regime militar e no segundo andar, houve tortura e homicídios nas salas onde funcionaram o Departamento de Ordem Política e Social (Dops/RS)
- Rua Santo Antônio, 600, onde funcionou o chamado Dopinho, primeiro centro clandestino de detenção do Cone Sul
- Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), onde foram detidos mais de 300 presos políticos durante o período da ditadura
Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura
26 de junho é o Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1997, sendo realizada no mesmo dia em que foi assinada a Convenção contra a Tortura, criada em 26 de junho de 1987, por parte dos Estados-membros da organização.
O objetivo da data é, além de apoiar as vítimas, combater a execução de atos de tortura por parte dos órgãos repressivos dos Estados.
Nesse sentido, uma das principais ações com a instituição dessa data é criar condições de amparo solidário, material e psicológico às vítimas de torturas e maus-tratos, principalmente através de apelos para que os Estados se prontifiquem a atuar para a erradicação dessa prática.
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Fotos: Luciano Lanes /PMPA