15
Junio
2017
Brasil | Sindicatos | GREVE

Ramo da alimentação fará greve geral dia 30

Contac-CUT
20170615 contac960
A CONTAC-CUT (Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT) irá mobilizar suas bases para a greve geral prevista para o próximo dia 30 de junho.
A data foi anunciada após reunião realizada na cidade de São Paulo entre as centrais sindicais nesta semana. Plenárias e assembleias estaduais de diferentes categorias deverão referendar a data prevista por dirigentes sindicais. O esquenta da greve começa no próximo dia 20, com atos e mobilização nos estados.

O presidente da CONTAC-CUT, Siderlei de Oliveira, acredita que a paralisação será maior do que a anterior, realizada no dia 28 de abril.

“Estamos novamente organizando as nossas bases para que a greve alcance mais locais de trabalho e sabemos que este é um momento crucial para retirar as reformas perversas contra a classe trabalhadora e o golpista Michel Temer, convocando imediatamente eleições diretas”, afirma.

Esta também é a preocupação do secretário de Política Sindical da Confederação, Nelson Morelli. “Transformaram o cenário político em econômico e deram o golpe, com o aval do grande empresariado e da mídia.

Estamos num cenário de incertezas em uma conjuntura que muda o tempo todo. Já rifaram a cabeça do Temer, mas corremos o risco de um novo golpe acontecer dentro deste golpe, com a substituição de um golpista por outro. E é por isso que eleições diretas para a Presidência devem acontecer”, completa.

Mais do que nunca, acredita a secretária de Mulher da CONTAC, Marilene Martins Moreira, o momento é de reorganização e ampliação da luta.

“Temos que manter os direitos conquistados e barrar as reformas trabalhista e previdenciária, bem como a terceirização que atinge a indústria da alimentação.

Vemos de perto a história de inúmeros trabalhadores que sofreram e sofrem mutilações ou perderam as vidas e haverá um massacre se o golpe continuar”, ressalta a dirigente, que também é presidenta do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Dois Vizinhos e Região (Sintrial), no Paraná.

Para o secretário de Juventude da CONTAC, Josimar Luiz Cecchin, a última grande greve de abril politizou a sociedade e os jovens também passaram a ter um olhar mais crítico para o momento político.

“A bandeira por eleições diretas está sendo compreendida e a população sabe que o governo golpista e corrupto de Temer, que quer até mesmo acabar com a aposentadoria, não tem condições mínimas de conduzir o país e muito menos continuar com as chamadas reformas. Eles não têm legitimidade”, diz o dirigente, que hoje preside o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Tapejara (STIA), no Rio Grande do Sul.

Desafios da alimentação

“Esse país está pagando muito caro pela teimosia deste governo golpista”, avalia Siderlei de Oliveira.

Ele explica que, no setor dos frigoríficos, a Operação Carne Fraca abalou a credibilidade dos produtos brasileiros.

“O fenômeno Friboi atacou o mercado de carne bovina e o consumo da população diminuiu. A importação foi zerada e depois retomou, mas não no mesmo nível.

Depois da Operação Carne Fraca vieram denúncias envolvendo a JBS que abalaram, então, a credibilidade do negócio. E isso explica porque estamos lutando tanto para colocar este país nos trilhos e para que os direitos da classe trabalhadora não sejam retirados”, observa.

Para lembrar!

A última grande mobilização que a CONTAC-CUT participou foi o “Ocupa Brasília”, organizado por dezenas de movimentos no dia 24 de maio que exigiram a revogação das reformas e eleições diretas.

Este foi o maior ato de oposição ao governo golpista de Michel Temer (PMDB) realizado nos últimos anos na capital federal. O protesto reuniu cerca de 200 mil pessoas.

O ramo da alimentação mobilizou pelo menos 40 mil trabalhadores e trabalhadoras, segundo estimativa da Confederação. Participaram sindicatos e federações filiados à CONTAC-CUT de todo o Brasil, com destaque para os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte e Amazonas.