21
Abril
2016

Sindicatos entram na justiça por falta de reajuste na BRF

Com a data-base no mês de novembro (2015), trabalhadores da BRF do Paraná seguem sem a renovação do acordo coletivo

Stia-Toledo
BRF 714
Foto: gazetadetoledo.com.br
Enquanto sindicatos reivindicaram ganhos reais acima da inflação que é de 10,33% para o período, a empresa ofereceu aumentos escalonados por faixa de salários, que no apanhado chegou apenas a 8%, registrando perda de 2,33%, considerado inaceitável pelos sindicatos que representam a categoria.
Algumas unidades tentaram paralisações e greves, mas a pressão não surtiu efeitos na empresa que seguidamente anuncia seus altos investimentos em compra de ativos que ultrapassam as fronteiras brasileiras.

Dado ao descaso, como consideram os Sindicatos, não houve alternativa a não ser buscar o reajuste pelos caminhos legais.

Seis sindicatos do Paraná ingressaram com ações na justiça pedindo o cumprimento do acordo coletivo e aguardam o julgamento dos méritos.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Toledo e Região (STIA) João Moacir Lopes Belino esse é o único caminho para que a empresa cumpra com suas obrigações e cesse as desculpas que o trabalhador já está cansado de ouvir.

Na mídia, a empresa escancara seus altos investimentos, mas para o trabalhador se posta como vítima da crise para se esquivar de uma obrigação legal que é direito do trabalhador”, afirma o presidente.

Segundo João Moacir, foram inúmeras tentativas nas negociações, mas a empresa sempre se mostrou irredutível e tentou impor o que lhe era conveniente, diferente de outras gigantes do setor que chegaram pelo menos no índice da inflação.

“Situações como esta demonstram a falta de reconhecimento do trabalhador, principalmente do chão de fábrica que é responsável por esse crescimento extraordinário no lucro da BRF em 2015 e pelo que ela ainda projeta para os próximos anos. Enquanto 6800 trabalhadores estão sem reajuste”, afirma.

Nesta semana, o STIA-Toledo também deve denunciar ao Ministério Público do Trabalho várias práticas antissindicais que estão sendo cometidas pela BRF.