Em Montevidéu,
Trabalhadores crucificados e com os lábios costurados
Imagens inacreditáveis de um país sob medida para as empresas
Foto: ea.com.py
Já são 18 os trabalhadores da empresa de transporte La Limpeña que se crucificaram – literalmente – para reivindicar por seu salário, suas condições de trabalho e pelo direito de se organizarem sindicalmente.
Dez trabalhadores tomaram essa decisão no dia 1º de julho. Dias depois, outros quatro fizeram a mesma coisa, entre eles duas mulheres. Nesta semana, mais quatro aderiram ao protesto. Estão cravados em cruzes de madeira, jogados ao chão em um ponto de ônibus da linha 49.
Quatro deles costuraram os lábios com pregos de seis milímetros.
Protestam contra a demissão injustificada de 51 de seus companheiros, jogados no olho da rua pela empresa do deputado liberal Celso Maldonado, também vinculado ao ministro do Trabalho do Paraguai, simplesmente porque esses trabalhadores pretendiam formar um sindicato.
“Pode parecer incrível, mas estas coisas acontecem no Paraguai. Há que tomar medidas extremas como estas, porque os direitos dos trabalhadores são pisoteados, vilipendiados”, declarou para A Rel, Juan Villalba, dirigente da Federação Paraguaia de Trabalhadores do Transporte.
“São companheiros que estão assim, crucificados, há semanas sem que o governo reaja. Além disso, o ministro do Trabalho, Guillermo Sosa, é cúmplice do que está acontecendo”, disse.
Villalba falou com A Rel, enquanto se realizava uma manifestação sindical diante da sede do Ministério do Trabalho, em Assunção, reivindicando uma solução para a situação dos 18 crucificados.
“Não lhes pagam as férias, trabalham muitas horas extras, não possuem seguro social e, para piorar, são demitidos se resolverem se sindicalizar. É um drama permitido, porque aqui os empresários têm uma impunidade brutal”, afirmou.
Uma fiscal chegou ao cúmulo de acusar os trabalhadores que estão protestando de “perturbarem a paz pública”.
Dois anos atrás, em setembro de 2013, 10 motoristas de unidades de transporte da empresa La Vanguardia permaneceram presos a cruzes durante mais de dois meses. O motivo era porque dez de seus companheiros também tinham sido despedidos por tentar formar um sindicato.
Quando chegou ao governo com seu ar de empresário de sucesso, o presidente Horacio Cartes prometeu que faria do Paraguai um país sob medida para os investidores.
Um país, disse, onde os “geradores de riqueza” pudessem se mover, sem limitação nenhuma, e onde os sindicatos não incomodassem. E está cumprindo o que disse.
Quatro deles costuraram os lábios com pregos de seis milímetros.
Protestam contra a demissão injustificada de 51 de seus companheiros, jogados no olho da rua pela empresa do deputado liberal Celso Maldonado, também vinculado ao ministro do Trabalho do Paraguai, simplesmente porque esses trabalhadores pretendiam formar um sindicato.
“Pode parecer incrível, mas estas coisas acontecem no Paraguai. Há que tomar medidas extremas como estas, porque os direitos dos trabalhadores são pisoteados, vilipendiados”, declarou para A Rel, Juan Villalba, dirigente da Federação Paraguaia de Trabalhadores do Transporte.
“São companheiros que estão assim, crucificados, há semanas sem que o governo reaja. Além disso, o ministro do Trabalho, Guillermo Sosa, é cúmplice do que está acontecendo”, disse.
Villalba falou com A Rel, enquanto se realizava uma manifestação sindical diante da sede do Ministério do Trabalho, em Assunção, reivindicando uma solução para a situação dos 18 crucificados.
“Não lhes pagam as férias, trabalham muitas horas extras, não possuem seguro social e, para piorar, são demitidos se resolverem se sindicalizar. É um drama permitido, porque aqui os empresários têm uma impunidade brutal”, afirmou.
Uma fiscal chegou ao cúmulo de acusar os trabalhadores que estão protestando de “perturbarem a paz pública”.
Dois anos atrás, em setembro de 2013, 10 motoristas de unidades de transporte da empresa La Vanguardia permaneceram presos a cruzes durante mais de dois meses. O motivo era porque dez de seus companheiros também tinham sido despedidos por tentar formar um sindicato.
Quando chegou ao governo com seu ar de empresário de sucesso, o presidente Horacio Cartes prometeu que faria do Paraguai um país sob medida para os investidores.
Um país, disse, onde os “geradores de riqueza” pudessem se mover, sem limitação nenhuma, e onde os sindicatos não incomodassem. E está cumprindo o que disse.
Rel-UITA
18 de agosto de 2015
Tradução: Luciana Gaffrée