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 Desafios e expectativas para uma nova gestão da Contracs
Em São Paulo,
Brasil
HRCT
Com Alci Matos Araújo
Desafios e expectativas para uma nova gestão da Contracs
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A Confederação Nacional de Trabalhadores do Comércio e Serviços (Contracs) realizou recentemente as eleições da nova Direção. A Rel esteve presente e dialogou com o presidente reeleito Alci Matos Araújo sobre os desafios enfrentados pelo setor, em um cenário político, social e econômico marcado por grandes dificuldades.
-A nova direção assume por quanto tempo de gestão?
-Desde a reforma estatutária, o tempo de mandato passou a ser de quatro anos, de 2015 a 2019.

-Quais são os principais desafios para este novo período?
-O principal desafio para a nossa organização, que reúne 3 milhões de trabalhadores, é impulsionar uma negociação coletiva nacional, assim como apresentar propostas no Congresso para melhorar as condições de trabalho de nossos filiados.

-Como vem sendo o trabalho da Contracs em relação à coletividade das trabalhadoras domésticas?
-Há algum tempo que a Confederação vem trabalhando em prol deste setor. Recentemente, apresentamos uma Proposta de Emenda Constitucional (PCE) sobre Direitos Igualitários para as Trabalhadoras Domésticas.

A partir desta PEC, surgiram projetos de lei que visam a equiparar os direitos deste setor com o restante dos trabalhadores dos diferentes ramos de atividade no país. Infelizmente, o atual contexto do Legislativo brasileiro, composto por bancadas patronais, não tem sido favorável na equiparação dos direitos das e dos trabalhadores domésticos.

Apesar disto, não desistiremos, continuaremos pressionando o Congresso para que sejam garantidos por lei os direitos fundamentais deste setor, e este é um dos desafios desta direção.
O setor hoteleiro e a precarização do trabalho
As camareiras, as mais afetadas

-Um dos setores que mais se desenvolveram dentro da Confederação é o hoteleiro...
-Sim, é o setor que captou o maior número de filiados nos últimos três anos, consequência direta de um crescimento da indústria hoteleira no país. Em compensação, é um dos setores com maiores déficits em termos de direitos trabalhistas.

Precariedade, baixos salários, jornadas excessivas, alto índice de rotatividade de pessoal, más condições de saúde e de segurança, entre outros, sendo as camareiras o grupo mais afetado.

Um dos projetos que impulsionaremos será conquistar um acordo nacional que melhore as condições também nesta área
Os desafios sindicais
em um cenário hostil
Cortes sociais e ajuste fiscal

-A conjuntura política, econômica e social atual do país é complexa. Como você visualiza o cenário para este novo mandato?
-O cenário para os próximos quatro anos não é simples. O Brasil também está atravessando uma crise financeira que levou a serem tomadas medidas de ajuste fiscal e de cortes sociais que não serão fáceis para os trabalhadores.

Este novo mandato estará acompanhado por uma profunda análise da situação e, para isto, contamos com companheiros assessores que estarão analisando e estudando as diferentes realidades dos setores que apresentamos, com o objetivo de melhorar a nossa presença.

Principalmente considerando como está formado hoje o Senado Federal, composto por bancadas vinculadas ao agronegócio, aos empregadores, aos militares, aos policiais da reserva, e aos evangélicos fundamentalistas, gerando uma perda importante de representatividade dos trabalhadores.

Esperamos poder chegar a um equilíbrio dentro do crescimento, conscientes de que não será nada simples.

-Como você vê a parceria com a UITA?
-Queremos ampliar e melhorar as nossas atividades com a UITA, potencializar a luta em busca de melhores condições e de maiores benefícios para os trabalhadores do setor HRCT.

Criar uma parceria de solidariedade, impulsionar o trabalho que a UITA já faz com as grandes transnacionais do setor hoteleiro, que operam no Brasil e, consequentemente, interagir com os trabalhadores dos outros países que sofrem com as mesmas políticas trabalhistas oriundas destes grupos empresariais e, assim, consolidar a nossa tarefa na área.

Para nós, pertencer à UITA é fundamental, a globalização do capital exige imperiosamente que nós trabalhadores também construamos nossas parcerias globais.

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Fotos: Gerardo Iglesias
Rel-UITA
24 de julho de 2015

Tradução: Luciana Gaffrée

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