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“Os trabalhadores fumageiros não são delinquentes, são traba...
Em Venancio Aires,
Uruguai-Brasil
FUMO
Com Mario de Castro
“Os trabalhadores do fumo não são delinquentes, são trabalhadores”
MarioDeCastro610
Mario De Castro, assessor do SAT | Foto: Lucía Iglesias
Assessor do Sindicato Autônomo do Fumo (SAT, na sua sigla em espanhol), do Uruguai, Mário de Castro viajou ao Brasil para participar do encontro dos sindicatos do fumo e da alimentação, promovido pela Rel-UITA com o objetivo de organizar um Encontro de Trabalhadores do Fumo do Mercosul.
-Qual é o balanço que você faz deste encontro?
-O contato com os companheiros de Venâncio Aires e de Santa Cruz do Sul foi muito valioso para nós, a aliança entre as organizações dos trabalhadores do fumo da região é muito importante.

Com a filiação agora direta do Sindicato dos Trabalhadores do Fumo de Venâncio Aires e de Santa Cruz, e dos agricultores familiares vinculados à produção do fumo, e bem como as nossas organizações sindicais filiadas na Argentina, criou-se um marco importante para a realização do Encontro de Trabalhadores do Mercosul.

Nosso sindicato está atravessando um mau momento e este encontro, que será realizado em Montevidéu, será importante inclusive para a negociação do nosso convênio.

-O que está acontecendo com o setor fumageiro uruguaio?
-Estamos lidando com embates vindos de vários lados. Vamos ter que pensar em como sobreviver diante de determinados interesses das transnacionais do fumo e diante do contrabando.

Os trabalhadores são os mais prejudicados, não só porque ficam sem trabalho – como aconteceu na Philips Morris – mas também porque são tratados como os principais geradores dos efeitos prejudiciais do fumo na saúde das pessoas.

Com o nosso governo temos esse problema, porque há uma campanha nacional contra o consumo do cigarro, e fica parecendo que a culpa de tudo é dos trabalhadores do setor, e não é assim.

O governo não pode perder de vista que quem produz os cigarros são trabalhadores e trabalhadoras, não são delinquentes aos quais devemos combater e perseguir.

Também é preciso considerar que as transnacionais vão continuar operando e comercializando os seus produtos, em que pese todas as leis e decretos que forem assinados contra o consumo do fumo.

-O caso da Philip Morris é uma prova disso.
-Exatamente! Em 2010, a Philip Morris se retirou do Uruguai, deixando 45 famílias sem trabalho, e quase cinco anos depois continua comercializando os seus produtos dentro do país.

Daí a importância de gerar alianças regionais entre os trabalhadores do fumo, para contar com um apoio real na hora de enfrentarmos os problemas que recaem sobre o trabalho neste setor, seja por parte dos governos, seja por falta de políticas visando a defender os postos de trabalho, seja das próprias empresas transnacionais que operam nesta sub-região.
 
Rel-UITA
19 de junho de 2015

Tradução: Luciana Gaffrée

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