"Nossa intenção é discutir e decidir uma ação nacional contra esta política perversa que a BRF vem praticando nas negociações coletivas de trabalho, se negando a repor até mesmo a inflação do período no salário dos trabalhadores e praticando política antissindical, quando as entidades estão mobilizando os trabalhadores.", denuncia o presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo.
Bueno também afirma que, apesar de contar com incentivos fiscais e financiamentos através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a BRF (presente em mais de 120 países, nos cinco continentes) não tem fornecido a contrapartida social aos trabalhadores.
Ele também acrescenta que algumas indústrias tem se aproveitado da crise econômica e política do país para retirar direitos dos trabalhadores.
"Precisamos nos unir para, juntos, não permitir a continuidade desta política da BRF, que vem prejudicando os trabalhadores. E o momento é este, em que não foi assinado nenhum acordo com o grupo este ano.
Vamos virar este jogo a favor do fortalecimento das entidades sindicais e dos trabalhadores. Essa luta depende de cada um de nós, que fomos eleitos para representa-los.", afirma.
De acordo com levantamento recente realizado pela subseção do Dieese na CNTA Afins, a BRF conta atualmente com cerca de 100 mil funcionários no Brasil, ligados a 66 unidades, sendo 35 fábricas e 21 centros de distribuição, com destaque para as regiões Sul (53%) e Centro-Oeste (25%).
Em 2015 a BRF reportou 739 acidentes de trabalho em seu relatório anual, sendo 123 lesões com afastamento e 616 lesões sem afastamento.