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 “Para a AB-Inbev, os trabalhadores são apenas números frios...
Em Montevidéu,
Brasil
CERVEJAS
Com Artur Bueno de Camargo
“Para a AB-Inbev, os trabalhadores são apenas números frios”
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Foto: Giorgio Trucchi
Há aproximadamente uma semana a gigante cervejeira AB-Inbev anunciou que comprará uma das últimas de suas maiores rivais no mercado, a anglo-sul-africana SABMiller, pela bagatela de 107,6 bilhões de dólares. A Rel conversou com Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores da Indústria da Alimentação e Afins (CNTA Afins), para conhecer a sua opinião sobre os possíveis impactos desta aquisição para os trabalhadores.
- Como você analisa esta recente aquisição da AB-Inbev?
- Quanto maior for a empresa e mais comprar, piores serão as consequências para os trabalhadores, em particular quando a empresa for esta.

Primeiramente, porque é muito mais difícil discutir condições de trabalho, situação que nos remete à época da fusão entre a Antárctica e a Brahma, porque eles aplicam uma política muito restrita, e se negam a negociar em nível nacional.

Para a AB-Inbev, os trabalhadores são apenas números frios.

- O que ocorre com os organismos que controlam este tipo de operações monopólicas?
-No Brasil existe o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), um organismo que deveria impedir a concentração de capitais, mas que, infelizmente, não tem conseguido levar adiante políticas de fiscalização eficientes nem compreende cabalmente as consequências sociais decorrentes destas fusões.

Este é um problema muito sério a se enfrentar.
A tragédia para 300 trabalhadores
Perder o emprego enquanto a empresa continua crescendo

- Como, a seu ver, esta compra afetará os trabalhadores brasileiros?
-Sempre que ocorre uma fusão, que aumenta o monopólio produtivo e comercial, a tendência é reduzir custos e já sabemos quem pagará a conta disso tudo.

Sem ir muito longe, recentemente a AB-Inbev anunciou o fechamento de uma fábrica no estado do Rio Grande do Norte que deixará na rua 300 trabalhadores no final deste ano.

A CNTA já iniciou uma ação civil contra a empresa, junto ao Ministério Público de Trabalho, por entender que ela está se utilizando da crise financeira que o país atravessa para despedir trabalhadores.

Além disso, a empresa se utiliza de artimanhas políticas para conseguir a isenção de impostos em determinados estados do Brasil que, seduzidos para terem em sua região uma empresa do porte da AB-Inbev, aceitam oferecer benefícios e isenções. Quando tentam cobrar esses impostos, depois de 2 ou 3 anos, a empresa responde transferindo-se para outro estado que lhe oferece melhores condições, mais alinhadas com os seus interesses.

- Como os trabalhadores enfrentam este tipo de medidas, cada vez mais comuns entre as transnacionais?
-A meu ver, a UITA tem um papel preponderante neste ponto. Devemos começar a criar políticas de ação conjuntas para lutar contra esses tipos de fusões, inclusive envolvendo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Nesse sentido, temos que reforçar a tarefa das Coordenadoras e das Federações, por empresa ou por setor de atividade, como foi feito com a Felatrac e com a Felatran.

Rel-UITA
26 de novembro de 2015

Tradução Luciana Gaffrée

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